ADS 468x60

quinta-feira, 21 de janeiro de 2010

Cinema Império de Teófilo Otoni


Os cinemas estão acabando no Brasil. São raros os municípios brasileiros que ainda têm uma sala .de cinema. Diziam que a televisão acabou com as salas de cinema. Agora dizem que com a tecnologia avançada, não há mais espaço para grandes salas como antigamente. Engraçado, quando dizem antigamente, já me vêm na cabeça que estou "velho". Sou do tempo do cinema das 16 horas e ou do cinema das 20 horas.
Quando falo em cinema, a primeira lembrança é do lendário Cinema Império em Teófilo Otoni, minha terra natal. Império era o nome oficial. Carinhosamente todos nós, jovens àquela época, o apelidamos de Cine Poeira.
O "Poeira" tinha uns detalhes que encantava a todos nós. O porteiro usava um surrado terno e gravata. Era educado, polido e tinha o nome de Félix. Interessante que o apelido era "Fel". O senhor que passava os filmes era um ex. ferroviário da antiga estrada de ferro Bahia-Minas e se chamava Dilermando, o "Docha" para os íntimos.
O Cine Império ficava em frente à praça Tiradentes, mais precisamente onde hoje é a agência do Banco do Brasil. Antigamente tinha ao lado da praça um posto de gasolina do saudoso senhor Rafael Freire. Ali trabalhou o João "Rico" e Waldivino Mauricio, o "Baixinho".
Logo na entrada do cinema tinha os detalhes que encantavam a todos nós, ou seja, carrinhos vendendo mixirica, panelas com farofa e torresmo, amendoim torrado e por ai vai. Todos nós comprávamos laranja para chupar dentro do cinema e jogar a bucha em alguém no "escurinho do cinema".
Eu gostava do "poeira" devido à simplicidade de tudo. Era frequentado pelos mais humildes da cidade. Sinto saudades de um tempo em que não havia tanta tecnologia, mas havia mais pureza na mente das pessoas.
Autor: Téo Garrocho- Barbacena-MG.

3 comentários:

Marcos Kern disse...

Frequentei o Cine Império, levado por minha mãe, antes que ele se tornasse o Poeira. O hall dele era o mais bonito dos cinemas de TO. Continuei frequentando - já como Cine Poeira - até o seu fechamento e engrossando o coro dos que gritavam Fel, Fel... quando as fitas quebravam.

Cineclube Joaquim Ribeiro Sadi disse...

www.vidavalorizada.com.br/sadi, resgate da história dos cinemas antigos de Teófilo Otoni

Unknown disse...

Que saudade do Cine Poeira, também apelidado de Cine das Pulgas por alguns frequentadores mais brincalhões! Nele assisti a um filme clássico com Ingrid Bergman: Os Sinos de Santa Maria exibido em 1960 ou 1961, lançado nos Estados Unidos em 1945. Uma joia em preto e branco. Hoje o tenho no meu arquivo de DVDs e, de vez em quando, volto a assistir a ele novamente e sempre tenho uma nova emoção. O líder dos índios seminolas, Osceola...Um faroeste muito muito lindo e com cenas inusitadas também assistido no saudoso Cine Império, nos tempos supracitados..Quem tiver interesse acesse https://www.youtube.com/watch?v=jPcfQZ_XTwY. Parabéns Teo Garrocho pela preciosidade escrita.

Postar um comentário