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terça-feira, 22 de março de 2011

A FOTO DO '' BANDIDO'' LULA

Era início da década de oitenta e assim como milhares de brasileiros, eu também lutava e sonhava com liberdade. Após anos de opressão e ditadura, sentíamos que o Brasil precisava mudar e mudanças só ocorrem com participação popular.
Confesso que, àquela época, nunca fui filiado a nenhum partido político. Sempre desconfiei de partidos políticos e por mais que tentasse não conseguia acreditar em políticos e suas promessas em prol do povo. Sempre pensei e penso ainda que há uma grande manipulação das massas oprimidas pela classe política.
Em minhas andanças, conheci muitos políticos e ativistas sociais. Confesso que a maioria foi uma decepção para mim e para muitos companheiros ao meu lado. Ainda assim, alguns me encantaram pela coerência nos ideais. Como exemplo: José Gomes Pimenta(Dazinho), João Rosa de Souza, Apolo Lisboa, Padre Geovani Liza, Maria do Carmo Ferreira da Silva (Cacá de Araçuaí), Iano Maioline e Luiz Inácio Lula da Silva.
A respeito de Lula, gostaria de relembrar um fato que nunca esqueci. Lembro que em 1983, colei uma foto do Lula na porta de entrada da minha modesta moradia. Chegaram uns fazendeiros "meus amigos" para uma visita à nossa família e lembro que um deles disse: " Eu não entendo você ser um homem tão bom e colar a foto de " um bandido" na sua porta".
Sem perder a serenidade disse àquele fazendeiro que "aquele" bandido ainda seria o presidente do Brasil, acreditando ele ou não. E assim mantendo a coerência de ideais, conseguimos fazer de Lula o presidente mais popular da história brasileira.
Anos mais tarde, em visita a uma pequena comunidade rural e já com Lula presidente, tive o "prazer" de rever o fazendeiro que me disse: "Você estava certo".



Autor:Walter Teófilo Rocha Garrocho(Téo Garrocho)- Barbacena, 23/03/2011- Texto dedicado ao meu saudoso companheiro João Rosa de Souza.

sexta-feira, 4 de março de 2011

UM COICE PARA NEWTON CARDOSO

Em Teófilo Otoni, minha terra natal, tem uma praça linda chamada Tiradentes. É dividida ao meio pela Av. Getúlio Vargas e ali fica o "pulmão" econômico e político da cidade fundada por um senador que não se dobrava aos desmandos da corôa portuguesa e nem compactuava com injustiças. Seu nome era Teófilo Otoni, amante e seguidor do lema: Liberdade, igualdade e fraternidade.
Na praça Tiradentes tudo é vendido e comprado. Debaixo de árvores seculares os visitantes compram as mais belas pedras preciosas e semi-preciosas, além do belo artesanato. Vale a pena visitar a fonte luminosa, o antigo coreto, a primeira máquina "maria fumaça" da antiga estrada de ferro Bahia-Minas que ali fica exposta.
Sobrando um tempo, faça uma visita à banca de jornais e revistas do lendário amigo Gaitan que sempre tem um papo amigo e sabe das novidades da cidade. Vale a pena trocar um "dedinho de prosa" com os aposentados e com os famosos "cambalacheiros" ou corretores de pedras que são centenas a oferecer suas lindas pedras ao turistas.
Estou escrevendo este texto para lembrar de um cambista de loterias muito falante que todos os dias ficava na praça oferecendo loterias. Aquele cambista tinha o dom para vender e o dom para "meter a língua" politicamente no então governador de Minas, Newton Cardoso. Na opinião do cambista "Queiroba", o governador "Niltão" não passava de um "porcão corrupto".
O saudoso Paulo Brandão, conhecido por Paulão, figura folclórica entre tantos que ali frequentavam, gostava de colocar "lenha no fogo do barraco" e assim fazia com que o cambista "Queiroba" soltasse os "cachorros" no governador e na sua administração corrupta, segundo o cambista. Paulão se reunia com vários aposentados, políticos, jornalistas e radialistas, próximo ao antigo chafariz, e ali também debatiam as novidades que aconteciam na capital mundial das pedras preciosas.
Eu gostava quando Paulo Brandão gritava alto: " Ô Queiroba, estive em Belo Horizonte e Newton Cardoso mandou um abraço para você." O cambista retrucava: " Fala prá ele que mandei um coice."


Autor: Walter Teófilo Rocha Garrocho(Téo Garrocho)- Barbacena, 3/3/2011. Texto dedicado a Paulo Brandão(Paulão), nosso humilde amigo que partiu para outra esfera.