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segunda-feira, 30 de novembro de 2009

" Ser bom "

A bondade é amor que nasce e cresce
no coração da gente. E em generosos
atos e simples gestos aparece.
E assim nos aproxima e faz de todos.

Não há um só homem, por pior que seja,
que, pelo menos uma vez na vida,
bom não tenha sido. Sempre se almeja
o bem a uma pessoa mui querida.
A bondade ilumina a nossa vida.
Esclarece-nos mais a inteligência.
Indica-nos a estrada a ser seguida.
Dá tranquilidade a nossa consciência.

A fraternidade é a mais humana
expressão da bondade, a mais correta.
Não humilha, igualmente trata. Irmana.
E a todos valoriza em nossa meta.

A bondade, quando é genuina e pura,
Dignifica, embeleza e inspira amor.
Sente-se mais feliz, com mais ventura,
quando se tem bondade no interior.

Apenas não é mau quem tem piedade
somente de quando em quando, ou, então,
quem patrocina alguma caridade
sem comprometer nela o coração.

O bem de hora, mesmo verdadeiro,
não justifica o mal de todo o dia,
nem compensa a maldade do ano inteiro
a bondade nas datas de alegria.

Ser bom é agir como ser humano
constantemente, sem interrupções,
todas as horas, dia a dia, ano a ano,
sem vaidade e sem segundas intenções.
É olhar e enxergar pela janela do futuro,
a alegria das crianças,
a existência mais fácil e mais bela
e cada vez melhores esperanças.

Ser bom é respeitar a dignidade
que em toda pessoa há naturalmente:
o seu direito á vida, á liberdade
e á autonomia da sua mente.

É querer realizar o mais profundo
e mais alto de todos os ideais:
Ver a paz e a justiça em todo o mundo
e relações humanas fraternas.

Autor: Dimas Perrin- Mineiro, Ex. Preso Politico Brasileiro- Texto feito na prisão politica "Ponto Zero", Rio de Janeiro em 05-04-1975. Extraido do livro: "Depoimento de um Torturado " de autoria de Dimas Perrin Júnior( Filho do Ex. Preso) . Livro editado em 2004.

" Tamanquinhos Operários "

Quando o dia começava a raiar na pequena Ladainha, naquele vale ainda verdejante, do mais puro ar que se possa respirar, poluido apenas pela fumaça das chaminés das grandes oficinas, para onde se dirigiam aquelas centenas de operários, e das marias-fumaça que já espocavam com seus fornos em chamas e seus barulhos furiosos de funcionamento, toda a cidade já se encontrava acordada com as chaminés baforando seus rios verticais de fumaça; cantos de galos, pássaros em alvoroço, vida, nascendo naquele alvorecer.

Um barulhinho estridente, talvez até irritante, enchia o ar, mas tão significativo, que dava gosto de ouvir. Aquela sinfonia percussionista que sonorizava as manhãs e tarde daquela cidadezinha, provinha do "toc-toc" dos tamanquinhos de madeira de mais da metade dos operários menos favorecidos que preferiam aquele calçado de modismo plebeu, de leveza e praticidade, e com a fianalidade de economizar os solados dos sapatos domingueiros naquela cidade que vivia de trabalho, fraternidade, festas e alegria.

Paradoxo a esta poética narrativa, parelha o lado triste daquela realidade: os operários lidavam com atividades de extrema periculosidade. Raras não eram as vezes, em que um perdia o pé, o dedão, ou assavam o membro numa gota de lava em brasa que caia dos fornos em chama. Parecia valer aquele sacrifício devotado e filial á ferrovia, pois todos amavam aquela servidão agradecida em favor da estrada de ferro.

Hoje analiso a condição da classe operária, obviamente ainda necessitada de mais respeito e direitos, mas bastante protegida por severas normas de segurança, fiscalizadas por comissões internas de prevenção de acidentes, estatutos, seguros e indenizações, com seus capacetes e botas de bico reforçados com chapas de aço, me trazendo á lembrança aquele "toc-toc" dos tamanquinhos que ressoavam nas reminiscências dos meus pais, nas histórias da minha infância".

Autor: Jaime Gomes - Escritor e Poeta em Teófilo Otoni-MG- Filho de ferroviário, Jaime Gomes nasceu em Ladainha-MG - Autor do livro: " Um trem passou em minha vida" editado em 2006.

sábado, 28 de novembro de 2009

" Des(Encanto)

" Teófilo Otoni com seus cantos, recantos e encantos, onde se subtraem suas belezas, seus encantos.
Encantos? Desencantos...
A fonte luminosa com suas águas coloridas e cantantes jorrando beleza e ilusão nos corações plenos de romantismo perdido no tempo.
Quantos amores nascidos na efemeridade do tempo embalados pelas músicas que tocam a sensibilidade dos que confiam na eternidade de momentos bem vivenciados?
O encanto do amor eternizado num recanto. Que cantos...
Sussurros balbuciados, adrenalina fluindo num fluxo cadenciado de palpitações desconexas.
O encanto que o canto abriga.
E a cascata multicolorida e cantante embeleza o momento onírico dos apaixonados.
isso foi no passado...
A fonte que escutou as juras de amor, continua no seu papel de encanto. mas não vivencia as juras de amor eterno.
Desencanto? Coisas da vida...
Hoje não se tem tempo para admirar e compartihar sentimentos.
As lembranças românticas se petrificaram no tempo.
A fonte hoje derrama as suas lágrimas coloridas, só consegue a admiração dos que ainda guardam
no fundo da alma a sensibilidade.
Continua no seu papel de encantamento, mas chora suas mágoas pelo desencanto do recanto que apesar de tudo não atrai os encantados que fazem do amor a habilidade maior para a fuga devaneadora de momentos felizes.
Paradoxal!...

( Autora: Elisa Augusta de Andrade Farina- Escritora, Poeta, Professora Universitária e Vice- Presidente da Academia de letras de Teófilo Otoni-MG)

" Canção da Saida"

" Se não tens o que comer
como pretendes defender-te?
é preciso transformar todo o Estado
até que tenhas o que comer.
e então serás teu próprio convidado.

Quando não houver trabalho para ti
como terás de defender-te?
é preciso transformar todo o Estado
até que sejas teu próprio empregador.
e então haverá trabalho para ti.

Se riem da tua fraqueza
como pretendes defender-te?
deves unir-te aos fracos
e marcharem todos unidos.
Então será um grande força
e ninguém rirá.

( Autor: Bertolt Brecht)

quinta-feira, 26 de novembro de 2009

" Ao meu pai Tim Garrocho, ex preso politico brasileiro "

" Queria ser o sol
para iluminar os quatro cantos
da tua cela de prisão...

Queria ser as estrelas
para te fazer lembrar das noites da nossa terra...

Queria ser a lua para clarear
mais e mais teus sentimentos de liberdade...

Queria ser um pássaro
para te levar um cantar de que o amanhã
será mais livre..."

( Autor: Téo Garrocho- Autor do Livro "Retalhos da Tortura(2006)- Membro Correspondente da Academia de letras de Teófilo Otoni-MG.

" Deserto Concreto"

Era uma cidade pedra,
seu ornamento concreto.
Ali no meu futuro incerto,
Via um universo deserto.

À noite deitado na cama bem fria.
Como se dormisse numa lápide de frase vazia
Que diz: Viveu tudo, não chore por mim!...

Ao dia caminha no compasso da calçada.
Esgueira a sombra da marquise alongada.
Descança na praça, a carcaça alquebrada.
Sentado na pedra de mármore molhada.

Depois abraça a estátua parada;
inerte como o senhor da estrada,
Observa quem passa por ali!...

Vagueia por esta vastidão de tormento,
E dentro do peito lamento,
Será se Deus, está morando em arranha-Céu de cimento?

( Autor: Aloísio "Lula" Ribeiro- Poeta de Teófilo Otoni-MG, falecido em 2009- Autor dos livros: Visões e Paixões(2006) e Visões de um Cotidiano(2003)

terça-feira, 24 de novembro de 2009

" As palavras e os passarinhos"

As palavras e os passarinhos pertencem á mesma raça.
há palavras que são duras; duro também é o bico dos passarinhos.

Há outras que são doces e suaves, como o cantar dos passarinhos.
As palavras s os passarinhos têm igual visão de vida.

As palavras se insurgem, se rebelam, quando tentam submetê-las
na gaiola das ditaduras.

Os passarinhos fogem das gaiolas ao menor descuido de seus donos,
e voam, voam , fieis a seu destino.

Por mais forte que sejam as gaiolas, elas não podem impedir o vôo
das palavras e dos passarinhos.


( José Maria Rabelo- *Ex preso politico exilado em París- Novembro de 1974)

O que você pode fazer para mudar o mundo?

Comece mudando a si mesmo. Ninguém muda o mundo se não consegue mudar a si mesmo...

Cuide da saúde do planeta. Não desperdice a água, não jogue lixo no lugar errado, não maltrate os animais ou desmate as árvores. Por mais que você não queira, se nascemos no mesmo planeta, compartilhamos com ele os mesmos efeitos e consequências de sua exploração...

Seja responsável: não culpe os outros pelos seus problemas, não seja oportunista, não seja vingativo. Quem tem um pouquinho de bom senso percebe que podemos viver em harmonia, respeitando direitos e deveres...

Acredite em um mundo melhor. Coragem, honestidade, sinceridade, fé, esperança, são virtudes gratuítas que dependem de seu esforço e comprometimento com sua honra e caráter. Não espere recompensas por estas virtudes, tenha-as por consciência de seu papel neste processo...

Tenha humildade, faça o bem, trabalhe. Não tenha medo de errar, com humildade se aprende. fazer o bem atrairá o bem para você mesmo e trabalhando valorizarás o suor de teu esforço para alcançar seus objetivos.

Busque a verdade, a perfeição, uma posição realista frente aos obstáculos, uma atitude positiva diante da vida...

Defenda, participe, integre-se á luta pacífica pela justiça, paz e amor. Um mundo justo é pacífico, e onde há paz pode-se estar preparado para viver um GRANDE AMOR....

( Autor: Desconhecido)