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sexta-feira, 4 de março de 2011

UM COICE PARA NEWTON CARDOSO

Em Teófilo Otoni, minha terra natal, tem uma praça linda chamada Tiradentes. É dividida ao meio pela Av. Getúlio Vargas e ali fica o "pulmão" econômico e político da cidade fundada por um senador que não se dobrava aos desmandos da corôa portuguesa e nem compactuava com injustiças. Seu nome era Teófilo Otoni, amante e seguidor do lema: Liberdade, igualdade e fraternidade.
Na praça Tiradentes tudo é vendido e comprado. Debaixo de árvores seculares os visitantes compram as mais belas pedras preciosas e semi-preciosas, além do belo artesanato. Vale a pena visitar a fonte luminosa, o antigo coreto, a primeira máquina "maria fumaça" da antiga estrada de ferro Bahia-Minas que ali fica exposta.
Sobrando um tempo, faça uma visita à banca de jornais e revistas do lendário amigo Gaitan que sempre tem um papo amigo e sabe das novidades da cidade. Vale a pena trocar um "dedinho de prosa" com os aposentados e com os famosos "cambalacheiros" ou corretores de pedras que são centenas a oferecer suas lindas pedras ao turistas.
Estou escrevendo este texto para lembrar de um cambista de loterias muito falante que todos os dias ficava na praça oferecendo loterias. Aquele cambista tinha o dom para vender e o dom para "meter a língua" politicamente no então governador de Minas, Newton Cardoso. Na opinião do cambista "Queiroba", o governador "Niltão" não passava de um "porcão corrupto".
O saudoso Paulo Brandão, conhecido por Paulão, figura folclórica entre tantos que ali frequentavam, gostava de colocar "lenha no fogo do barraco" e assim fazia com que o cambista "Queiroba" soltasse os "cachorros" no governador e na sua administração corrupta, segundo o cambista. Paulão se reunia com vários aposentados, políticos, jornalistas e radialistas, próximo ao antigo chafariz, e ali também debatiam as novidades que aconteciam na capital mundial das pedras preciosas.
Eu gostava quando Paulo Brandão gritava alto: " Ô Queiroba, estive em Belo Horizonte e Newton Cardoso mandou um abraço para você." O cambista retrucava: " Fala prá ele que mandei um coice."


Autor: Walter Teófilo Rocha Garrocho(Téo Garrocho)- Barbacena, 3/3/2011. Texto dedicado a Paulo Brandão(Paulão), nosso humilde amigo que partiu para outra esfera.

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