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sábado, 22 de junho de 2013

A MAIOR BUNDA DE TEÓFILO OTONI

Dona Nazinha tinha vários filhos. Sua casa ficava logo ali na entrada da antiga favela do subaco fedendo em Teófilo Otoni. Dona Nazinha tinha dois dentes de ouro na boca, usava brincos vistosos, tinha o rosto e a boca pintados por batom na cor vermelho bem chocante.
Tudo na Dona Nazinha chamava a atenção para a época em que vivia, mas, aquela bunda deixava todos de boca aberta. Quando ela passava exalando aquele perfume e sacudindo a bunda, o tumulto era geral. As beatas se benziam e juravam de pé junto que aquilo era o demônio ou rabudo em pessoa encarnado naquela  bunda, aliás, em Dona Nazinha.
Aquela imensa bunda causou muita polêmica que resultou em noivados e casamentos desfeitos, confusão no mercado municipal, pensamentos eróticos nas missas dominicais na antiga igrejinha de nossa senhora dos pobres e preocupação de pais que viam seus filhos iniciando a prática da masturbação em homenagem a Dona Nazinha e sua bunda.
Ciente dos acontecimentos levados ao pé do ouvido pelas beatas e conservadores da tradicional família mineira de Teófilo Otoni, o aguerrido padre Noel manda chamar Dona Nazinha para uma conversinha em particular. Assim, Dona Nazinha, a Dona da maior bunda da favela do subaco fedendo veio sem muita cerimônia, pois pedido de padre àquela época era uma questão de ordem.
Logo que chegou, enchendo a sacristia com aquele perfume, padre Noel se benzeu três vezes para afastar a fraqueza da carne que começava a esquentar as bochechas do padre, sem falar nas outras partes cobertas pela velha batina. Então, Dona Nazinha beija a mão do "santo padre" que, cabisbaixo e sem fixar os olhos na dona da bunda cobiçada, abençoou aquele pecado em carne e osso.
O céu estremeceu. Até parecia que o firmamento se partiu ao meio. Parecia o encontro dos capetas com ferrão na mão em luta contra os querubins celestiais iluminados pela luz do perfeito Deus. E o pau e a língua quebrou na bunda da dona Nazinha que, como Cristo levado ao calvário, não disse uma só palavra. Aceitou como uma ovelha mansa a taca da língua do aguerrido padre Noel. Suportou o pré julgamento da "otoridade" religiosa e como um túmulo se fechou fria e sombria.
Confessou ali mesmo. Confessou que o objeto do desejo de muitos, inclusive do padre na sua fraqueza da carne, não passava de uma mentira. Dona Nazinha, em lágrimas, arranca debaixo da saia um grande travesseiro feito de penas de ganso e joga na cara do padre. Estava ali ao alcance de todos, inclusive do padre, a maior e mais cobiçada bunda de Teófilo Otoni.


Autor: Walter Teófilo Rocha Garrocho(Téo Garrocho)- Texto dedicado aos meus amigos de infância e juventude da Vila Verônica em Teófilo Otoni, que assim como eu, conheceram Dona Nazinha na realidade ou em sonhos. Em 22/06/2013, Barbacena-MG.

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