Passei ali pela Rua Epaminondas Otoni e deparei com uma placa onde se lia: "Compro coisas do passado". Não sei definir se o proprietário deseja comprar antiguidades como móveis antigos, aparelhos, fotografias, documentos, etc.
Tem muita gente que coleciona antiguidades. Outro dia, fiquei sabendo que algumas peças só são consideradas antigas se tiverem mais de cem anos, ou seja, um século. Então, coisas e objetos que presenciei na minha infância e juventude há quarenta anos atrás como vitrolas, disco de vinil, telefone fixo na cor preta, pente marca Flamengo, o famoso analgésico Cibalena, graxa para sapatos, tintol para roupas, chapa prata para fogão a lenha ( já passei aquilo no meu cabelo para pular carnaval), agulheiro, dedal, formicida para formigas, óleo de fígado de bacalhau ( ô trem que era ruim sô), ferro de passar roupa à brasa de fogo( soprei muito aquilo), lombrigueiro, brilhantina, não são tão antigas. São coisas de apenas quarenta anos atrás.
Ao expor meu pensamento a meus filhos, eles disseram que eu já estou caducando em dizer que coisas de quarenta anos atrás não são tão velhas. Minha esposa com quarenta e oito anos foi minha única aliada e concorda inteiramente comigo. Assim, eu fico lembrando que quando trabalhei no Cemitério de Teófilo Otoni, eu observava que quando morria alguém, os coveiros guardavam os ossos do anterior e ia tudo para o mesmo jazigo. Eu ficava ali em silêncio e matutando comigo que ia chegar um tempo em que "não ia caber tanto saco de osso num mesmo lugar tão pequeno". Já àquela época eu pensava que alguém iria um dia construir ossuários no Brasil e penso que já existem muitos, assim como placas espalhadas com dizeres de " Guardamos ossos velhos de entes queridos", com todo respeito á tradição.
Como placas de compras de coisas do passado, observei duas em Teófilo Otoni que também chamou minha atenção. Uma estava afixada ali na Rua Chagas Dória e "dizia": "Conta-se estórias para crianças. Tratar aqui com Foguista". Bacana, o tal Foguista devia ser um cara muito legal em ter tempo e carinho para contar estórias ás crianças. Só não perguntei o preço. Já na Rua Altamiro Leite, na Vila Barreiros, tinha uma placa assim: "Precisa-se de tocador de tambor com experiência. Trata no centro pai João".
Para encerrar este papo de placas, quando fui visitar meus sogros na pacata cidade de Ataleia-MG, passei próximo a uma ponte e tinha uma placa também muito interessante num quintal e "dizia": "Não Jogue lixo aqui. Assinado: O Observador." Legal, muito legal!!!
Autor: Walter Teófilo Rocha Garrocho(Téo Garrocho)- Texto dedicado a todos aqueles que, não importa a idade, tem sempre um coração de menino, a exemplo de meu amigo radialista e poeta popular, o humilde Pantera em Teófilo Otoni. Em 03/06/2013, Barbacena-MG
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