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sexta-feira, 23 de abril de 2010

Andanças pelo passado

Resolvi "andar" pelo passado em minha terra natal. Alguma vez você "viajou" pelo tempo? é bom, trás uma alegria para a alma que você nem imagina. Nada de recordar tristeza, essa sim, abala a alma. " Mãe, tô saindo". Era assim que eu pegava minha bicicleta e percorria as ruas e os bairros da antiga Teófilo Otoni. Bem, como estou "no passado", saio da Grota da Verônica, dou um alô para os amigos do Rabicho e sigo em frente. Mais adiante, passo em frente à antiga zona boêmia do Carrapatinho e chego à antiga Feirinha. Ali, na subida do morro do bispo, dou tchau meio tímido para minha primeira namorada.
Continuo pedalando minha magrela e olha eu chegando na Padre Virgulino. Aproveito e passo perto do morro do Zig-Zag. Subo a Rua da Matriz e desço lá perto da Rua dos Padres. Passo perto da Praça Tiradentes e tiro uma foto com os fotógrafos Lambe-Lambe. Subo a Rua Getúlio Vargas e chego à Praça dos "alemão". Tô pertinho mesmo e meio escondido dou uma "chegadinha" na famosa zona boêmia do Chico Sá. Muita "muié", muita "muié". As beatas antigas diziam-me que aquele lugar "era o inferno" e bota inferno nisso. Se aquilo era inferno, posso garantir que desejei muito ficar uns tempos sob o domínio do rabudo. Cruz credo!
Vamos lá e tô chegando no Pau Velho, antes passei perto do Colégio São José e mandei silenciosamente o Frei Matias "pros quintos do inferno". ô padrezinho bravo sô! Tem nada não, mas, minhas orelhas até hoje estão vermelhas de tanto aquela turma de padre puxar. Chegando no Pau Velho, viro para a direita e chego no Grão Pará. Passo perto da igreja dos "alemão", mais á frente passo em frente à antiga CEMIG "do Dr. Argemiro".
Entro na subida do "morro do América", passo em frente à antiga casa do Caruê e subo até perto do antigo sanatório. Desço pela rua Dr. Onofre, passo no beco da Telefônica e entro na Rua do Cine Império(Poeira). Vou descendo e mais adiante dobro à direita para entrar na Rua das Flores. Dali, atravesso o beco do Rex, atravesso uma "pinguela" do Rio todos os Santos e sigo até o morro do cemitério onde dou "de cara" com Seo Nô e aquela "furreca" velha que era dirigida por Moacir Pungyrum.
Pedalo rápido, tinha "medo" de Seo Nô. Ele enterrava as pessoas num lugar onde tinha uma placa de todo tamanho na entrada: "Laborum Meta", ou seja, fim dos trabalhos. Olha eu chegando no Cata-Quiabo e Subaco Fedendo. Gostava daqueles lugares. Povo humilde, gente simpls de coração bom. Mais à frente, desço pela morro da igrejinha dos pobres e saio em frente à minha antiga casa na Grota da Verônica. Antes de entrar, ainda tive tempo de dar benção para Dona Chiquinha Ottoni que sempre me ensinou a ser bom e terno.



Autor: Téo Garrocho- * Barbacena-23/04/2010

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