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sexta-feira, 23 de abril de 2010

No chão, sem chão

Rezo Ave-Maria.
Em nome de Cristo!
Sr. Presidente, quero meu quinhão!


Eu trabalho duro,
neste solo santo.
Canto o meu canto. Pra libertação!


Eu nasci na serra,
como um boi de arado.
Ali fui preparado, pra lavrar o chão!


Olho o horizonte,
que limita o homem
ante a criação.


Já quebrei cancelas,
já abri porteiras!
Sou uma sequela, sem a produção.


Sou da mata virgem,
sinto até vertigem
no vale sem vale, neste chão sem chão!


Rezo Ave-Maria.
Peço luz a Cristo,
como um filho quisto, busco a salvação.


Na terra sem terra,
minha garganta emperra,
pois me falta o pão.


Vago de lado a lado,
bem desnorteado
neste chão sem chão.



Autor: Aloísio ( Lula) Ribeiro- *Poeta e Escritor do Vale do Mucurí(Teófilo Otoni-MG)- Faleceu em 2009. Texto do livro de sua autoria "Visões de um Cotidiano", páginas 32,33 e editado em Janeiro de 2003

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