Numa das fases mais difíceis da minha vida, onde eu já não conseguia forças para caminhar, onde já não tinha esperanças no futuro, onde já não acreditava nos seres humanos, recebi uma pequena carta da minha primeira namorada, uma corajosa garota que participou da minha vida de revoltas e incertezas oriundas da ditadura militar no Brasil. Uma corajosa garota que me suportou pacientemente com palavras de conforto. O conteúdo da carta era:
Teófilo Otoni, 25 de Dezembro de 1975
" Téo, a despeito de quaisquer consequências, prossiga! continue! Não pare! Viva! Mas se parar...não pense no que passou...nos desencontros. Não pare! Se parar, olhe um pouquinho para o céu... as estrelas ainda existem, e você verá que elas brilham. Sabe Téo, as estrelas brilham. Enquanto elas brilharem, haverá esperança na vida. São símbolos de pureza inatingível que os homens ainda não conseguiram poluir.
Eu acredito em você. Eu gostaria que você pensasse nisso. Eu acredito ainda nas suas futuras conquistas. Acredito mesmo. Na conquista que você fará para uma situação decente para as criaturas em seu redor. Na conquista de você mesmo.
Pense em mim, pense em Deus. E olhe, de vez em quando, as estrelas..."
Autor: Téo Garrocho. Texto do livro "Retalhos da Tortura" do autor, página 125. Livro editado em 2006.
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