Eu estava lá. Década de 1970. Sim, eu estava lá em carne e osso. Lembro que tomei uma cachaça boa do Nordeste de Minas Gerais. Precisava esquentar para enfrentar e me defender dos bajuladores da ditadura militar e sua polícia de torturadores.
Levei um cartaz com os seguintes dizeres: "Abaixo a ditadura. liberdade para os presos políticos e volta dos exilados." E ali fiquei exibindo aquele protesto solitário. O povo, tão decantado pelos amantes da liberdade, veio chegando meio temeroso. Uma dezena, uma centena, três centenas. É assim que começa um movimento de conscientização de massas oprimidas. Quando as elites e os conservadores acordam, a praça que sempre foi do povo está tomada e vozes cantando um único refrão: " O povo unido jamais será vencido".
Ganhei aplausos pelo cartaz, ganhei aplausos pela mensagem. Afinal, ditadura e tortura não combinava com minha pátria e liberdade tinha que vir ainda que tardia. Liberdade para pensar, liberdade para cantar, liberdade para votar.
Os anos passaram. Outro dia, encontrei-me com um velho e calado amigo que à época parecia não "gostar das minhas idéias de liberdade". Disse-me ele: "Téo, eu queria ser como você àquela época. Mas, eu tinha medo e até achava que você era doido. Hoje mudei minha opinião e você estava certo companheiro. Ditadura e tortura nunca mais."
E assim, eu, meus companheiros e companheiras, passamos grande parte da nossa juventude pregando nas praças, nos campos, nas escolas, nas igrejas, nas construções, a resistência à ditadura militar e lutando pela volta do Estado de Direito Democrático na nossa pátria Brasil.
Autor: Téo Garrocho. Barbacena-MG, 12/05/2010
1 comentários:
O Thiago me indicou o seu blog. Bacana, Deus abençõe você e sua família.
(Salmos 119:45) - E andarei em liberdade; pois busco os teus preceitos.
Passa no meu blog, fique a vontade.
pipacouto.blogspot.com
Paz!
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