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sábado, 17 de julho de 2010

ALMIRO E ERCILA, AMOR NO VALE DO JEQUITINHONHA

Há muito tempo eram namorados. Almiro e Ercila se conheciam desde os tempos de criança quando ainda frequentavam escola primária na localidade de Ribeirão das Almas. Irrequieto, Almiro tinha o costume de matar passarinhos. Costume que, por incrível que pareça, Ercila adorava e até o ajudava na preparação de pelotas que eram queimadas ao fogo, após secar.
Ercila tinha motivos para gostar de passarinhos abatidos pelo namorado. Seu pai, João Caboclo, dizia sempre que: "homem não chora. Tem que ser macho. Matar passarinho é missão de homem macho".
João Caboclo nasceu e criou a família na região conhecida por forquilha. Já a família de Almiro foi criada na região do saco. A região da forquilha ficava mais ao alto e a região do saco mais embaixo.
Certa vez, numa festa, Ercila e Almiro brigaram. Ficaram muito tempo sem falar um com o outro. Ercila vivia triste na forquilha e Almiro de cabeça baixa no saco. Diziam os mais antigos que Ercila vivia dizendo: "enquanto Almiro não vier na minha forquilha, eu não vou no saco dele".


Autor: Walter Teófilo Rocha Garrocho (Téo Garrocho). Histórias do Vale do Jequitinhonha.

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