Meu pai sempre gostou de política lá pelas bandas do Vale do Mucuri. Chegou a ser vereador por três mandatos. Dizem que foi honesto e transparente com as coisas públicas. Meu pai era do tempo em que fio de bigode era fator de compromisso.
Sempre que vou a Teófilo Otoni, escuto centenas de pessoas que elogiam meu pai e sua vida pública. Confesso que me deixa feliz neste tão triste cenário político brasileiro em que vivemos atualmente.
Meu pai sempre conta o caso de um vereador que ganhou uma casa prometida por um antigo prefeito que pretendendo aprovar um projeto, precisava de mais um voto na câmara municipal. O prefeito mandou chamar o vereador que se mostrava contrário ao tal projeto do executivo.
Resumindo, o vereador exigiu uma casa em troca do voto para aprovação do projeto. O prefeito prometeu. Sendo assim, o vereador exigiu que o prefeito assinasse uma carta compromisso da promessa da casa. O projeto foi a plenário, votado e aprovado.
Algum tempo depois, o vereador foi ao gabinete do prefeito(velha raposa da antiga política mineira) e exigiu a prometida casa. O prefeito disse então que a casa já estava pronta e pediu ao vereador que a pegasse atrás da porta. Surpreso, o vereador olhou atrás da porta onde estava uma linda casa de João de Barro.
Protestos em vão. A carta compromisso só contemplava a doação de uma casa e não especificava o tipo de casa. Relembro o fato para refletirmos sobre corrupção. Coisa nojenta e antiga como a da casa civil de Erenice Guerra. Ou será casa da mãe Joana?
Autor: Walter Teófilo Rocha Garrocho(Téo Garrocho)- Barbacena(MG) em 27/09/2010