Zé Cabeludo era um boa praça que morava nas imediações do Corredor Gazinelli em Teófilo Otoni. Quando eu era rapazinho e visitava minha tia Julinha que morava na Vila São João perto da igreja de santo Antonio, eu costumava passar pelo Corredor Gazinelli para "cortar caminho" e chegar mais rápido.
Tem coisas que não entendo ou então sou esquisito mesmo. Como pode a igreja ser Santo Antonio e o bairro ser Vila São João? Pois ficou assim mesmo. Já minha tia Julinha era devota de São Geraldo e por sinal teve um filho muito inteligente, meu primo advogado Geraldo Magela Farias Garrocho.
Mas, voltando ao início do texto, conheci Zé Cabeludo quando eu cortava caminho pelo Corredor Gazzinelli. Só de avistar Zé cabeludo, dava um arrepio de medo. Diziam que ele era maconheiro " dos brabo" e naquela época, década de 70, maconha era coisa de filhinho de papai, play boy. Pobre só ficava alegre ou relaxava quando bebia cachaça.
De tanto o povo falar e caluniar Zé Cabeludo "maconheiro dos brabo", fez com que uma dupla de detetives muito famosa pelos cacetes que davam no povo ( principalmente os mais pobres) em época de ditadura, prender Zé Cabeludo para possíveis investigações sobre os rumores de que ele dava umas baforadas no "cigarrinho do capeta".
Dizem os mais antigos que Zé Cabeludo não ficou preso nem uma hora. Nem um tapa tomou da dupla torturadora. Diziam que Zé Cabeludo era muito amigo de um fazendeiro ali próximo. O fazendeiro tinha o costume de hospedar em sua fazenda um conhecido deputado federal e assim você já percebeu que Zé Cabeludo tinha "costa quente".
Aquele saco com substância esverdeada encontrada no quintal de Zé Cabeludo não passava de bosta de boi e não maconha como queriam as más línguas e a dupla de detetives. Zé Cabeludo continuou por muito tempo adubando o quintal de muito filhinho de papai com sua famosa bosta de boi.
Autor: Walter Teófilo Rocha Garrocho- Texto dedicado a Jorginho "maravilha", meu bom amigo de serenatas na década de 70 em Teófilo Otoni-MG. Em 09/10/2012
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