Muito agradecido por acessar esta página. Este Blog é parte de um universo de pessoas no mundo inteiro. Confesso que até mesmo eu ando assustado com tanta gente que tem visitado este Blog. Na verdade, criei este Blog para escrever coisas simples e acredito que foi pela simplicidade que fui conquistando pessoas do mundo inteiro.
Eu tinha uma professora que sempre falava para mim que eu "nasci para ser líder". Interessante que nunca levei em consideração as glórias que já tentaram colocar em minha modesta vida. Desde rapazinho, optei pela vida simples sem ostentação. Quando meus novos e velhos amigos perguntam sobre minha vida, respondo: "Vou levando".
Atualmente, ainda trabalho. Presto serviços para um condomínio em Barbacena-MG que fica na região do Campo das Vertentes em Minas Gerais. Sou assalariado e considero-me feliz. Eu sempre digo ao meu justo patrão que nós estamos neste mundo para servir. Penso e sempre vou pensar que em todas as ocasiões da vida, o importante é você estar em paz, se sentindo bem, independente de salários. Tenho amigos com grandes fortunas e já me confessaram que não são felizes.
Possuo com muita alegria uma modesta residência feita com muita luta, muito trabalho mesmo. Foram anos de economia e como todo trabalhador, lá em casa não foi diferente. Fizemos um pouco de cada vez em cada ano e assim como minha esposa e meus filhos, todos nós fomos ajudantes do pedreiro "para economizar".
Lá em casa, somos cinco. Eu, a patroa e três filhos. Todos trabalham e estudam. Aliás, o mais novo com 12 anos só estuda. Este, não gosta quando o povo pergunta se sou avô dele. No popular, meu filho mais novo é chamado de "temporão". Eu já chegava aos 50 anos, quando ele nasceu para nossa alegria e vindo abrilhantar mais ainda nossas vidas.
Gosto do meu trabalho que começa às 7 horas da noite e termina às 7 horas da manhã. São 12 horas de trabalho nas madrugadas geladas de Barbacena. Penso e acredito que tenho sido um homem humilde sem ser pedante. Observo que as pessoas de bem tem carinho e respeito pela minha conduta na sociedade. Cumpro minhas obrigações como cidadão brasileiro, sou um verdadeiro patriota, preocupo-me em lutar para que tenhamos uma pátria mais justa para todos, amo meus familiares e amigos, a natureza, os animais.
Tenho um quintal onde planto alface,couve,rabanete, beterraba, salsinha, coentro, cebolinha e pés de frutas. Gosto de sentir a terra e ver a semente brotar. Possuo ainda dois cachorros que se chamam Bob Marley e Luppi. Tenho ainda um casal de periquitos australianos chamados de Têtê e Teté. A alegria ficou maior com a chegada de uma gatinha que meu filho deu o nome de Doçura.
Aos domingos, sentado embaixo de um pé de pitanga, aprecio os pássaros que são muitos. Tomo um vinho, fico alegre e sorrindo das coisas do mundo como uma receita para ficar rico que vi em um Blog na Internet. Ê mundão sô!!!
Autor: Walter Teófilo Rocha Garrocho(Téo Garrocho)- Texto dedicado ao meu amigo de juventude, Engenheiro Dr.José Campos Rosa, em Teófilo Otoni-MG, em 02/11/2012
sábado, 3 de novembro de 2012
ÓLEO DE PEROBA PARA OS POLÍTICOS
João Teixeira, mais conhecido por João Pica Mula não é curandeiro. João Pica Mula é carpinteiro há 40 anos e tem sua oficina situada entre a antiga Rua dos Caianas e Avenida Floriano Peixoto no Bairro Manoel Pimenta que já foi conhecido por Vila do Veneta.
Eu tenho um amigo escritor que mora ou já morou ali naquelas bandas e se chama José Alfredo Brandão. Este, dotado de uma inteligência rara, escreveu vários livros onde aborda temas e personagens de Teófilo Otoni e região do Vale do Mucuri.
Confesso que sempre gostei do estilo José Brandão. Ele tem a capacidade literária de começarmos a ler seus escritos e não parar. É como você estar com muita sede e encontrar água para beber. Brandão escreve o que já viveu ou vive no meio do povo.
E, foi vivendo no meio do povo, como Brandão, que também passei a escrever sobre o cotidiano das pessoas que ao longo da vida tive o prazer de conhecer e conviver com as mesmas. Assim, escrevo sobre o médico, o taxista, o operário, o radialista, o político, o roceiro, o alfaiate e até mesmo sobre seres fictícios que crio na minha imaginação neste humilde dom que Deus me proporcionou.
E, falando em dom, volto ao início do texto para relembrar do João Pica Mula que tinha o dom da carpintaria com suas criações moveleiras que encantava a todos que procuravam por sua arte. Sempre que sobrava um tempo, passava na carpintaria de Pica Mula para trocarmos um "dedinho de prosa". Gostava quando lhe perguntava para que servia o óleo de peroba. João Pica Mula em sua elementar sabedoria respondia que o óleo de peroba servia para dar brilho aos móveis, mas, " os políticos usam muito para dar brilho na cara. Quanto maior o nariz do mentiroso, maior o brilho, principalmente em véspera de eleições".
De volta para casa, eu ficava matutando: " Daqui a quatro anos eles voltam". João Pica Mula tinha razão!
Autor: Walter Teófilo Rocha Garrocho(Téo Garrocho)- Texto dedicado ao meu saudoso amigo Chico carpinteiro, um operário do bem. Barbacena,03/11/2012
Eu tenho um amigo escritor que mora ou já morou ali naquelas bandas e se chama José Alfredo Brandão. Este, dotado de uma inteligência rara, escreveu vários livros onde aborda temas e personagens de Teófilo Otoni e região do Vale do Mucuri.
Confesso que sempre gostei do estilo José Brandão. Ele tem a capacidade literária de começarmos a ler seus escritos e não parar. É como você estar com muita sede e encontrar água para beber. Brandão escreve o que já viveu ou vive no meio do povo.
E, foi vivendo no meio do povo, como Brandão, que também passei a escrever sobre o cotidiano das pessoas que ao longo da vida tive o prazer de conhecer e conviver com as mesmas. Assim, escrevo sobre o médico, o taxista, o operário, o radialista, o político, o roceiro, o alfaiate e até mesmo sobre seres fictícios que crio na minha imaginação neste humilde dom que Deus me proporcionou.
E, falando em dom, volto ao início do texto para relembrar do João Pica Mula que tinha o dom da carpintaria com suas criações moveleiras que encantava a todos que procuravam por sua arte. Sempre que sobrava um tempo, passava na carpintaria de Pica Mula para trocarmos um "dedinho de prosa". Gostava quando lhe perguntava para que servia o óleo de peroba. João Pica Mula em sua elementar sabedoria respondia que o óleo de peroba servia para dar brilho aos móveis, mas, " os políticos usam muito para dar brilho na cara. Quanto maior o nariz do mentiroso, maior o brilho, principalmente em véspera de eleições".
De volta para casa, eu ficava matutando: " Daqui a quatro anos eles voltam". João Pica Mula tinha razão!
Autor: Walter Teófilo Rocha Garrocho(Téo Garrocho)- Texto dedicado ao meu saudoso amigo Chico carpinteiro, um operário do bem. Barbacena,03/11/2012
ARIOVALDO, MILITANTE SEM MENSALÃO
Recebi carta de Ariovaldo. Somos amigos há muito tempo. Ariovaldo é mais velho que eu. Ele tem o apelido de brabo. Seu pai chamava-se Vicencio e sua mãe Altina. Ariovaldo ou brabo nasceu na mesma rua, que eu, da pequena Vila Verônica. Tudo era muito simples. Não tínhamos telefone, televisão e nem brinquedos. Nós mesmos criávamos nossos brinquedos. O rádio e a vitrola de disco de vinil eram objetos de luxo.
Vez ou outra, a gente ia ao cinema que se chamava Império ou popularmente também chamado de "poeira" pelos mais antigos .Depois do cinema, a gente passava no bar do seo Arruda ali na beira da linha e tomava café com leite.
Ariovaldo tinha um cabelo comprido, segundo ele a a bíblia, a força do homem estava no cabelo. Assim Sansão tinha no cabelo a sua força para vencer os inimigos. Dizem que brabo se tornou valente após deixar o cabelo crescer. Brabo era e é torcedor do Flamengo. Gostava de subir na lage para soltar rojão nas vitórias do seu time.
Ariovaldo relata em sua carta que ainda não tem computador. Reclama que estudou pouco, tendo em vista que precisava trabalhar para ajudar os pais. Terminou só o antigo curso primário. Tentou curso antigo de datilografia e desistiu. Diz que lê pouco e pede perdão pela caligrafia ruim. Sua carta é bem simples,como ele e a maioria dos trabalhadores brasileiros.
Ariovaldo reclama na missiva que anda muito só.Vive de recordações do passado e ninguém o visita ou lhe conhece nas ruas. Ele era o "rei do pedaço" e não se conforma com o ostracismo em que se encontra. Ele diz que se fechou e manda uma banana para o mundo.
Ariovaldo ainda não aposentou devido atraso com a previdência Social. Ele diz que teve patrão que não recolheu o FGTS e ele a "ver navios". "Fazer o que? a corda só quebra para o lado do mais fraco", relata com ar de revolta. Ariovaldo era militante. Um aguerrido ativista social e na carta diz que "tá com muita raiva do PT, Zé Dirceu, Delúbio e Zé Genoino. "Traidores do telhado de vidro", esbraveja brabo.
Ariovaldo questiona que ando sumido.Segundo ele, o povo da Vila Verônica gostava de mim desde o tempo em que eu organizava clube de jovens e futebol aos domingos. Brabo diz que virei camisolão ou me converti. "Virou crente"? pergunta Ariovaldo.
Vou responder a carta de Ariovaldo. Afinal,não consigo esquecer uma frase do seu pai Vicencio: "Ariovaldo, passa prá dentro que seu bico já está torto". A saudade me diz que não era só o bico de Ariovaldo que estava torto de tanto beber umas e outras e combater injustiças socais. A saudade me diz que Ariovaldo ou brabo somos todos nós, trabalhadores dessa imensa pátria brasileira ainda com tantas desigualdades sociais.
Autor: Walter Teófilo Rocha Garrocho(Téo Garrocho)- Texto dedicado aos meus amigos de infância e juventude da inesquecível Vila Verônica em Teófilo Otoni-MG. Em 03/11/2012
Vez ou outra, a gente ia ao cinema que se chamava Império ou popularmente também chamado de "poeira" pelos mais antigos .Depois do cinema, a gente passava no bar do seo Arruda ali na beira da linha e tomava café com leite.
Ariovaldo tinha um cabelo comprido, segundo ele a a bíblia, a força do homem estava no cabelo. Assim Sansão tinha no cabelo a sua força para vencer os inimigos. Dizem que brabo se tornou valente após deixar o cabelo crescer. Brabo era e é torcedor do Flamengo. Gostava de subir na lage para soltar rojão nas vitórias do seu time.
Ariovaldo relata em sua carta que ainda não tem computador. Reclama que estudou pouco, tendo em vista que precisava trabalhar para ajudar os pais. Terminou só o antigo curso primário. Tentou curso antigo de datilografia e desistiu. Diz que lê pouco e pede perdão pela caligrafia ruim. Sua carta é bem simples,como ele e a maioria dos trabalhadores brasileiros.
Ariovaldo reclama na missiva que anda muito só.Vive de recordações do passado e ninguém o visita ou lhe conhece nas ruas. Ele era o "rei do pedaço" e não se conforma com o ostracismo em que se encontra. Ele diz que se fechou e manda uma banana para o mundo.
Ariovaldo ainda não aposentou devido atraso com a previdência Social. Ele diz que teve patrão que não recolheu o FGTS e ele a "ver navios". "Fazer o que? a corda só quebra para o lado do mais fraco", relata com ar de revolta. Ariovaldo era militante. Um aguerrido ativista social e na carta diz que "tá com muita raiva do PT, Zé Dirceu, Delúbio e Zé Genoino. "Traidores do telhado de vidro", esbraveja brabo.
Ariovaldo questiona que ando sumido.Segundo ele, o povo da Vila Verônica gostava de mim desde o tempo em que eu organizava clube de jovens e futebol aos domingos. Brabo diz que virei camisolão ou me converti. "Virou crente"? pergunta Ariovaldo.
Vou responder a carta de Ariovaldo. Afinal,não consigo esquecer uma frase do seu pai Vicencio: "Ariovaldo, passa prá dentro que seu bico já está torto". A saudade me diz que não era só o bico de Ariovaldo que estava torto de tanto beber umas e outras e combater injustiças socais. A saudade me diz que Ariovaldo ou brabo somos todos nós, trabalhadores dessa imensa pátria brasileira ainda com tantas desigualdades sociais.
Autor: Walter Teófilo Rocha Garrocho(Téo Garrocho)- Texto dedicado aos meus amigos de infância e juventude da inesquecível Vila Verônica em Teófilo Otoni-MG. Em 03/11/2012