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segunda-feira, 24 de junho de 2013

ACONTECIMENTOS ANTIGOS EM TEÓFILO OTONI

* Os corretores de pedras preciosas eram muitos na Praça Tiradentes e ali no "Beco dos Aflitos" na subida do morro da Copasa. Eles eram conhecidos por "cambalacheiros".

*Seu Nô, chefe do cemitério municipal, tinha e usava uma bicicleta preta com placa da Prefeitura Municipal de Teófilo Otoni e o número era UM.

*A Prefeitura Municipal tinha alguns guardas que orientavam o trânsito e "prendiam" as bicicletas que não eram emplacadas. Um daqueles guardas era conhecido por Zé Gaguinho.

* O senhor Joaquim Duarte era proprietário de um chiqueiro de porcos ali na antiga Vila Verônica. Quando ele matava porcos, a meninada do lugar ficava esperando ele doar a bexiga do porco. Lavavam, enchiam e jogavam futebol com a referida bexiga.

*Ali pelos lados do Bairro Ipiranga existia uma grande serraria de propriedade da família Ferreira.

*Diziam que tinha policial que fazia feira completamente fardado. As más línguas afirmavam que ninguém cobrava pelas verduras e legumes. Será?

*No cemitério municipal existia um quartinho escuro onde guardavam ossos. Aquele quartinho assustava muita criança e gente adulta também.

*Àquela época, o ladrão mais conhecido era o ladrão de galinha que só perdia o posto para o ladrão de perú em véspera de natal.

*Dona Zilda Onofre foi a primeira diretora do SESC em Teófilo Otoni e uma das suas colaboradoras foi Dona Olga Lorentz.

*Jadir Barbosa foi um grande artista cantor em Teófilo Otoni. Nos últimos tempos ele vagava solitário pelas ruas da cidade conversando sozinho com seres de outros planetas, segundo ele.

*Quando os trens da extinta estrada de ferro Bahia Minas passavam ali nas imediações da rua do arrasta couro, os foguistas jogavam toras de lenha para as mulheres do curral das éguas que cozinhavam em fogão a lenha.

*No antigo bairro do Veneta, hoje Manoel Pimenta, existia uma rua apelidada de "Rua dos Caianas".

*Os festeiros jovens Beijoca e Ciciba moravam na "Rua dos Caianas".

*Em Teófilo Otoni já teve dois conjuntos musicais muito famosos que eram "Os Dominantes" e "Os Cometas".

*Um senhor de nome Waldemar que tinha um imenso bigode, construiu um salão para festas na Avenida João XXIII que ficou conhecido por " Cabaré do Bigodeira".

*Dona Chiquinha Ottoni, Dona Hélia Ottoni, Maria Amélia Coy, Lígia Gusmão, Davina Prates, Ambrosina de Jesus, Etelvina de Jesus, Professora Amélia Matos, Dona Nilza Minas Novas, foram pioneiras na antiga escola nossa senhora dos pobres na Vila Verônica.

*Todos os domingos havia troca de revistas gibís nas portas dos cinemas e as preferidas eram Zorro, Rin Tim Tim, Tarzan, Roy Rogers, Fantasma. Mandrak, Brucutu, Príncipe Valente, Luluzinha, Revista do Rádio, Revista dos Esportes, Capitão América.

*Naquele tempo, mandar doentes mentais para Barbacena e os presos para Neves era "como mandar para o inferno".

* O SAMU de hoje era conhecido antigamente em Teófilo Otoni por SANDU e o motorista da ambulância era o senhor Renato Simões.

*Um bloco de carnaval chamado de Caninha Verde era muito querido. Pertencia ao Clube Operário Sete de Setembro que foi fundado por Trazibulo Rodrigues, o Tôco padeiro.

*Muitos cambistas vendiam bilhetes de loteria para o senhor Alirio que tinha um lotérica de nome "A Vencedora". A tirinha simples era apelidada de "Calango".

*No antigo Colégio São José tinha um padre muito alto que era chamado pelos estudantes de "Frei Bitelo".

*Robson Andrade foi durante muitos anos presidente do Sindicato dos Garimpeiros, assim como o inteligente professor Wilson Colares foi por muitos anos presidente da União Estudantil de Teófilo Otoni, UETO.

*O primeiro carro importado que vi circulando nas ruas de Teófilo Otoni foi um Mustang que pertencia ao empresário Chico Dupim que também tinha um avião Teco Teco.

*O Chefe dos Correios era o senhor Pery Lavall e ao lado dos Correios tinha uma banca de revistas que pertencia ao senhor Leolito Cabral Marinho.

*Diziam àquela época que a mulher mais bonita de Teófilo Otoni era a senhora Lurdinha Ganem.

*Um negro de nome Heraldo foi linchado no centro de Teófilo Otoni. Segundo relatos antigos, ele teria assassinado uma moça da sociedade.

*A ditadura militar prendeu muita gente, a exemplo de Petrônio Mendes, Tim Garrocho, Nestor Medina, Oswaldo Reis, Mauro Esquerdo, Chico Onofre, Precioso dos Correios, Joaquim Guedes( camisão), Dalton Godinho, Oldack Miranda, Édson Soares, Davi "Boca de Mula".

*Os cigarros mais vendidos eram Continental (sem filtro), Mistura Fina, Consul, Hollywood, Kent, Minister e Arizona.

*Existiu um pintor muito famoso e requisitado. Seu nome era Zé Rosa.

*Na subida do morro do cemitério municipal tinha uma serraria que pertencia ao senhor Tarciso Ramos e o gerente era o senhor Ernani Oliveira.

*Alguns antigos jogadores de futebol tinha apelidos engraçados a exemplo de Zé das Botas, Bode, Manoel Bacué, Picolé, Zé Rolinha, Guará, Padeiro, Prensinha, Pila, Marreco, Lancha, Carlinhos Ferra Bode, Lambreta, Caruê, Arnaldo Bagana, Carabina, Psiu, Cachoeira, Citana, Gordinho, Gaitan, Chupa Côco, Chico Radiola, Bigodinho, Dofinho, Nicotina, Lelé, Zezé Foguinho, Bili, Sarué, Madalena, Tião Galinha, Pavão, Tim Sapo, Paulinho Pinico, Ganso, Pirú, Lugão, Biúca.

*Alguns técnicos de futebol também tinham apelidos engraçados a exemplo de Tesourinha, Oswaldo Suco de Cana.

*Próximo à prefeitura municipal tinha uma velha pinguela que passava sobre o Rio Todos os Santos e saia no antigo Beco do Rex onde existia o antigo Hotel Rex. Aquela pinguela era muito usada pelos estudantes do antigo Colégio São José.

*Os cabeleireiros eram conhecidos por Barbeiros. Tinha um corte de cabelo que era muito pedido e conhecido por Príncipe Danilo ou Príncipe do Nilo.

*Muitas pessoas ficaram famosas em Teófilo Otoni devido apelidos a exemplo de Tôco Padeiro, Tim Garrucha (Vereador), Catitú Dentista, Seo Nõ do Cemitério, Zezé Confusão, Peixe Cobra, Zé Cueca, Marradia, Renato Muquirana, Armando Piu Piu, Maria Xarope, Parafuso, Ari da Futurista, Buck Jones, Celso Boi, Noca Pechir, Joaquim Camisão, Alírio da Vencedora, Chumbeira, João Rico, Anésia do Cartório, Wanderlister Negão, Raimundo Pé de Boi, Seo Biba Barreiros, Édson Soares Caveira, Davi Boca de Mula.

*Naquele tempo, os padres rezavam a missa de costas para o povo e em Latim.

*Ali pelas bandas do mercado municipal ficavam vários carroceiros em fila á espera de carretos, fretes.

*Antigamente, a maior e mais bonita casa do centro era do "Coronel" Pedro Martins Abrantes que foi prefeito de Teófilo Otoni.

*Um senhor de nome Rachid dizia que era Gay assumido. Outros morreram sem assumir e muitos estão vivos em cima do muro ou escondidos no armário.

*Antigamente em Teófilo Otoni, circulava um jornal de nome "O Liberal" que pertencia ao jornalista Augusto Pereira.

*Teófilo Otoni teve Cinco cinemas. O Cine Império (Poeira), o Cine Vitória, o Cine Metrópole, O Cine Palácio e o Cine Ideal.

*O porteiro do Cine Império(Poeira) chamava-se Félix e tinha o apelido de FEL.

*Muitos coveiros trabalharam no Cemitério Municipal a exemplo de Quelementinho, Zé Cirino, Geraldo Guarani, João Batista, Geraldinho.

*O fundador do América Futebol Clube em 12 de maio de 1936 foi um negro de nome Benvindo Viana.


Autor: Walter Teófilo Rocha Garrocho(Téo Garrocho)- Texto dedicado a todos aqueles que contam e preservam a história da cidade de Teófilo Otoni, nossa terra natal. Em 24/06/2013, Barbacena-MG.












sábado, 22 de junho de 2013

A MAIOR BUNDA DE TEÓFILO OTONI

Dona Nazinha tinha vários filhos. Sua casa ficava logo ali na entrada da antiga favela do subaco fedendo em Teófilo Otoni. Dona Nazinha tinha dois dentes de ouro na boca, usava brincos vistosos, tinha o rosto e a boca pintados por batom na cor vermelho bem chocante.
Tudo na Dona Nazinha chamava a atenção para a época em que vivia, mas, aquela bunda deixava todos de boca aberta. Quando ela passava exalando aquele perfume e sacudindo a bunda, o tumulto era geral. As beatas se benziam e juravam de pé junto que aquilo era o demônio ou rabudo em pessoa encarnado naquela  bunda, aliás, em Dona Nazinha.
Aquela imensa bunda causou muita polêmica que resultou em noivados e casamentos desfeitos, confusão no mercado municipal, pensamentos eróticos nas missas dominicais na antiga igrejinha de nossa senhora dos pobres e preocupação de pais que viam seus filhos iniciando a prática da masturbação em homenagem a Dona Nazinha e sua bunda.
Ciente dos acontecimentos levados ao pé do ouvido pelas beatas e conservadores da tradicional família mineira de Teófilo Otoni, o aguerrido padre Noel manda chamar Dona Nazinha para uma conversinha em particular. Assim, Dona Nazinha, a Dona da maior bunda da favela do subaco fedendo veio sem muita cerimônia, pois pedido de padre àquela época era uma questão de ordem.
Logo que chegou, enchendo a sacristia com aquele perfume, padre Noel se benzeu três vezes para afastar a fraqueza da carne que começava a esquentar as bochechas do padre, sem falar nas outras partes cobertas pela velha batina. Então, Dona Nazinha beija a mão do "santo padre" que, cabisbaixo e sem fixar os olhos na dona da bunda cobiçada, abençoou aquele pecado em carne e osso.
O céu estremeceu. Até parecia que o firmamento se partiu ao meio. Parecia o encontro dos capetas com ferrão na mão em luta contra os querubins celestiais iluminados pela luz do perfeito Deus. E o pau e a língua quebrou na bunda da dona Nazinha que, como Cristo levado ao calvário, não disse uma só palavra. Aceitou como uma ovelha mansa a taca da língua do aguerrido padre Noel. Suportou o pré julgamento da "otoridade" religiosa e como um túmulo se fechou fria e sombria.
Confessou ali mesmo. Confessou que o objeto do desejo de muitos, inclusive do padre na sua fraqueza da carne, não passava de uma mentira. Dona Nazinha, em lágrimas, arranca debaixo da saia um grande travesseiro feito de penas de ganso e joga na cara do padre. Estava ali ao alcance de todos, inclusive do padre, a maior e mais cobiçada bunda de Teófilo Otoni.


Autor: Walter Teófilo Rocha Garrocho(Téo Garrocho)- Texto dedicado aos meus amigos de infância e juventude da Vila Verônica em Teófilo Otoni, que assim como eu, conheceram Dona Nazinha na realidade ou em sonhos. Em 22/06/2013, Barbacena-MG.

terça-feira, 18 de junho de 2013

AVANTE MANIFESTAÇÕES POPULARES NO BRASIL

Avante trabalhador brasileiro que ganha um mísero salário de 678 reais, enquanto Vereadores, Prefeitos, Deputados, senadores e presidenta ganham fortunas sem o suor do rosto. Avante povo brasileiro que vê nosso dinheiro público sendo gasto em obras superfaturadas e supérfluas como campos de futebol para atender interesses de Mega empresários, enquanto nosso povo mendiga nas filas do Sistema Único de Saúde (SUS) precário do governo brasileiro.
Avante jovens brasileiros que não tem educação de qualidade e avante professores da rede pública que recebem uma miséria dos governos brasileiros. Avante trabalhador brasileiro que, sem nenhuma dignidade possui um péssimo transporte público como se fôssemos sardinha em latas. Avante todas as profissões de trabalhadores, a exemplo dos garis, alfaiates, sapateiros, professores e professoras, carpinteiros, porteiros, vigilantes, taxistas, motoristas de caminhões, padeiros, enfermeiros, donas de casa, aposentados e se possível levemos até nossos cachorros.
Avante povo brasileiro, o recado já foi dado e "eles" já estão estão "tremendo". Os covardes de palácios sempre tremem com o " rugir e rumores das ruas". Avante povo brasileiro que a hora é agora e "quem sabe faz a hora, não espera acontecer". Avante povo brasileiro, grande parte da imprensa mundial está no Brasil para cobrir a festa dos mega empresários e com certeza vão e já estão cobrindo o rugir e rumor do povo brasileiro contra esta cambada de  palhaços que ocupam eventualmente em sua maioria o comando da nação brasileira. 
Avante povo brasileiro, uma certa bastilha numa entre muitas terras da igualdade, liberdade e fraternidade, cairam nas mãos do povo unido. Ditaduras caem e cairão sempre com o rugir e união do povo. Até aqueles "que vivem sem razão" se dobram aos clamores do povo, porque eles também, armados ou não, também são povo, filhos de trabalhadores como nós.
Avante povo brasileiro que vive de "esmolas" de governos amparados por gastos imensos em propagandas enganosas na mídia, principalmente as tendenciosas. Avante povo brasileiro, vamos dar um basta a partidos políticos, a políticos corruptos que há séculos mamam nas tetas do dinheiro público e o que é pior: Sem nunca trabalhar. Avante povo brasileiro que já cansou de tapinhas nas costas em véspera de eleição regadas a churrasco e muita enganação. Chega, nosso "saco tá cheio". Relembrando o hino de uma pátria que derrubou tiranos: "VAMOS FILHOS DA PÁTRIA, O DIA DE GLÓRIA CHEGOU".


Autor: Walter Teófilo Rocha Garrocho(Téo Garrocho)- Texto dedicado aos organizadores dos protestos em todo o Brasil e ao povo brasileiro. Em 18/06/2013- Barbacena-MG.

quinta-feira, 13 de junho de 2013

O CARA MARON MATTAR PARTIU

Tem uns caras que a gente não esquece. Tem cara bom, tem cara ruim, tem cara falso, tem cara verdadeiro, tem cara de cara fechada e coração bom, tem cara de cara alegre e coração ruim. Cada cara tem sua história, seja boa ou má.
Eu sou um cara que nunca fui muito chegado a cara bajulador. Aprendi e presenciei muitos caras bajuladores traindo seus amigos e até mesmo as instituições ou grupos sociais em que faziam parte. Tem uma instituição muito poderosa no Brasil e no mundo que diz em um dos seus preceitos: "Nunca bajule. Quem bajula trai." É a pura verdade...
Na minha infância e juventude, conheci e convivi com muitos caras bons que mais tarde se tornaram caras maus. Tudo isto faz-me lembrar do grande Voltaire que disse: "O homem é bom por natureza. É a sociedade que o corrompe". Assim, ao atingir a maturidade de entender a citação de Voltaire, confesso que não me decepcionei com um monte de caras que conheci e convivi. Afinal, todos temos história. Boas ou más.
Conheci um saudoso cara amigo que eu admirava muito. Um dia ele me chamou em particular para falar que eu tinha um grande defeito. Segundo ele, eu não sabia dizer não. É bem provável que ele tinha razão, pois, mesmo não entendendo de psicologia, confesso que já sofri muito por tentar ser um "salvador da pátria" e jamais dizer não aos seres humanos.
Todos nós procuramos o cara na vida. Roberto Carlos compôs "Este cara sou eu". Obama disse, pensando nos interesses do seu império que "Lula era o cara". Pilatos que não tinha motivos e procurava um, perguntou a Cristo se ele era o cara dos judeus, aliás, rei dos judeus. O inspetor escolar, segundo a anedota, perguntou quem foi o cara que pôs fogo em Roma e todos, inclusive o prefeito, não sabiam. A Comissão da Verdade tenta identificar os caras que escondem as caras. Daniela Mercury dá um testemunho que engrandece as minorias excluídas e abala os caras e caras conservadores ao revelar sua amada cara metade. A revista Cara, segundo um caro amigo, é cara meu caro e minha cara que são apaixonados por coisas caras.
Escrevi este texto para lembrar de um cara muito amigo e coerente nos seus ideais. Era um cara muito amigo  dos meus pais, mesmo não concordando com as idéias socialistas do meu pai. Este cara amigo faleceu esta semana aos 76 anos em Teófilo Otoni. O cara Maron Mattar que foi um empresário de muito sucesso disse uma certa época visitando meus pais: "Olha Téo, você é a cara do seu pai."
Pois é, meu saudoso cara amigo Maron Mattar. A luta e a vida continua "companheiro". Espero, em outras esferas, encontrar-me com você para relembrar caras terrestres, sejam caras bons ou maus, pois todos os caras tem uma história.


Autor: Walter Teófilo Rocha Garrocho(Téo Garrocho)-Texto dedicado ao saudoso amigo Maron Mattar de Teófilo Otoni-MG. Em 13/06/2013, Barbacena-MG.

terça-feira, 4 de junho de 2013

FOFA E MATE COLA PARA SERAPIÃO DE TEÓFILO OTONI

Estava eu em uma tabacaria de Barbacena e entrou um moço perguntando se ali vendia cigarro a retalho. Imediatamente entendi o que ele queria, mas, o dono da tabacaria não. Na verdade, ele queria comprar um ou dois cigarros naquela tabacaria onde o dono atendia e vendia por cigarro picado ou palito.
Digo que entendi o que o moço queria porque lá em Teófilo Otoni, nordeste de Minas Gerais, o cigarro vendido a palito ou picado é conhecido por cigarro a retalho. Dai, acabei perguntando no linguajar daquela região: "Cê é lá de Tiofotoni?" e ele confirmou. Demos um forte abraço e fomos sentar nos bancos da Praça dos Andradas em Barbacena, para relembrar fatos e pessoas da nossa terrinha natal.
Meu novo amigo diz que se chama Odílio Prestes e tem o apelido de Dilão. Está em Barbacena visitando seu irmão Serapião que há longos anos tem sido acometido por problemas mentais. Dilão diz que Serapião ficou "meio avariado" depois que terminou o noivado com Domingas, uma moça muito prendada da roça.
Segundo Dilão, seu irmão Serapião ficou após o fim do noivado "como se estivesse parado, igual uma estátua olhando para o firmamento". Dilão diz que " Serapião ficava só com a boca aberta. Os mosquitos entravam e ele nem piscava". Ainda segundo Dilão, "a noiva Domingas, que Deus a tenha, tomou formicida e se matou". Uma tragédia que resultou em forte depressão levando a família a internar Serapião em Barbacena para tratamento mental.
Eu sempre fico matutando como tem tanto caso triste nesta vida terrena. Mas, tem também muitos acontecimentos que trazem alegria e contentamento ás pessoas e seus familiares.Me parece que a desgraça, a tragédia vai estar sempre enraizada na vida de todos nós humanos para que busquemos sempre uma forma  de nos aperfeiçoarmos em busca da perfeição, da luz divina que de fato é um ser superior a todos nós.
Escutando o caso de Serapião, lembrei de um que presenciei há muitos anos no Cemitério de Teófilo Otoni que me deixou muito pensativo. Foi de uma moça que acompanhou o enterro do noivo amparada pelos pais e amigos vestida de noiva. Ela estava assim vestida porque o casamento seria naquele dia e o noivo, infelizmente, morreu em acidente de carro a caminho do casamento. Triste, muito triste mesmo.
Mas, voltando ao caso de Serapião, seu irmão Dilão diz que ele tem melhorado. É bem provável que ele volte ao convívio da família. Afinal, já tem mais de vinte anos que ele está em Barbacena e a saudade é grande por parte de todos da família e amigos.
Odílio diz que notou melhoras a partir do momento em que Serapião já não fica mais de "boca aberta" e quando perguntado se quer voltar para Teófilo Otoni, Serapião não para de falar que "tá doido prá comer um fofa e tomar uma Mate Cola, lá no Mercado Municipal".
É, parece que ele melhorou mesmo, pois Mate Cola e Fofa só tem mesmo lá em "Tiofotoni", Saúde para você meu velho Serapião...


Autor: Walter Teófilo Rocha Garrocho(Téo Garrocho)- Texto dedicado a mim que estou há 13 anos em Barbacena e não esqueço que adorava comer Fofa com Mate Cola no Mercado Municipal de Teófilo Otoni, minha terra natal- Em 04/06/2013, Barbacena-MG



segunda-feira, 3 de junho de 2013

COISAS DO PASSADO EM TEÓFILO OTONI

Passei ali pela Rua Epaminondas Otoni e deparei com uma placa onde se lia: "Compro coisas do passado". Não sei definir se o proprietário deseja comprar antiguidades como móveis antigos, aparelhos, fotografias, documentos, etc.
Tem muita gente que coleciona antiguidades. Outro dia, fiquei sabendo que algumas peças só são consideradas antigas se tiverem mais de cem anos, ou seja, um século. Então, coisas e objetos que presenciei na minha infância e juventude há quarenta anos atrás como vitrolas, disco de vinil, telefone fixo na cor preta, pente marca Flamengo, o famoso analgésico Cibalena, graxa para sapatos, tintol para roupas, chapa prata para fogão a lenha ( já passei aquilo no meu cabelo para pular carnaval), agulheiro, dedal, formicida para formigas, óleo de fígado de bacalhau ( ô trem que era ruim sô), ferro de passar roupa à brasa de fogo( soprei muito aquilo), lombrigueiro, brilhantina, não são tão antigas. São coisas de apenas quarenta anos atrás.
Ao expor meu pensamento a meus filhos, eles disseram que eu já estou caducando em dizer que coisas de quarenta anos atrás não são tão velhas. Minha esposa com quarenta e oito anos foi minha única aliada e concorda inteiramente comigo. Assim, eu fico lembrando que quando trabalhei no Cemitério de Teófilo Otoni, eu observava que quando morria alguém, os coveiros guardavam os ossos do anterior e ia tudo para o mesmo jazigo. Eu ficava ali em silêncio e matutando comigo que ia chegar um tempo em que "não ia caber tanto saco de osso num mesmo lugar tão pequeno". Já àquela época eu pensava que alguém iria um dia construir ossuários no Brasil e penso que já existem muitos, assim como  placas espalhadas com dizeres de " Guardamos ossos velhos de entes queridos", com todo respeito á tradição.
Como placas de compras de coisas do passado, observei duas em Teófilo Otoni que também chamou minha atenção. Uma estava afixada ali na Rua Chagas Dória e "dizia": "Conta-se estórias para crianças. Tratar aqui com Foguista". Bacana, o tal Foguista devia ser um cara muito legal em ter tempo e carinho para contar estórias ás crianças. Só não perguntei o preço. Já na Rua Altamiro Leite, na Vila Barreiros, tinha uma placa assim: "Precisa-se de tocador de tambor com experiência. Trata no centro pai João".
Para encerrar este papo de placas, quando fui visitar meus sogros na pacata cidade de Ataleia-MG, passei próximo a uma ponte e tinha uma placa também muito interessante num quintal e "dizia": "Não Jogue lixo aqui. Assinado: O Observador." Legal, muito legal!!!


Autor: Walter Teófilo Rocha Garrocho(Téo Garrocho)- Texto dedicado a todos aqueles que, não importa a idade, tem sempre um coração de menino, a exemplo de meu amigo radialista e poeta popular, o humilde Pantera em Teófilo Otoni. Em 03/06/2013, Barbacena-MG