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quinta-feira, 12 de dezembro de 2013

BRASILEIRO DE TEÓFILO OTONI NOS E.U.A

Paul Bryan, enquanto limpava suas botas, costumava pensar na sua ex. mulher Margareth que largou tudo e foi viver com Sam Smith. Os dois, Paul e Sam, foram colegas de faculdade na cidade de Boston. Margareth havia sido professora dos dois nas aulas de sociologia.
Vinte anos mais velha, a professora Margareth permitiu que o amor e a paixão juvenil adentrasse no seu coração de solteirona e se apaixonou por Paul, o amigo inseparável de Sam Smith. Formava-se então um perigoso triângulo amoroso. Era um entra e sai que com certeza traria muita dor de cabeça para os envolvidos no triângulo que acabou se tornando realidade quando a professora Margareth abandonou Paul e foi viver com Sam.
A Paul Bryan, restou o consolo do velho cachorro Cherloque, que mansamente vivia pelos cantos a coçar suas eternas pulgas e vez ou outra passava um "rabo de olho" para seu dono como querendo dizer que aquela tríplice amizade de beijos para cá e beijos para lá só poderia dar no que deu com seu dono perdendo a mulher que viu, foi, gostou de Sam e nunca mais voltou para os braços de Paul.
Realmente, o velho cachorro Cherloque parecia ter instinto da razão. " Mulher e carro, a gente não empresta", murmurava entre quatro paredes a vizinha de Paul, a senhora Cris Becker que sabia de toda a estória e não alertou ou aconselhou a Paul que no andar da carruagem da vida, acabou sendo o último a saber ou embarcar.
Na primeira semana da primavera do país do Tio Sam, Paul Bryan acordou mais cedo, banhou-se e fez a barba. Tomou um café forte em uma xícara que trouxe do Hawai quando da sua lua de mel com a então amada Margareth. Logo após, entre uma baforada e outra num velho cachimbo presenteado por um amigo cubano radicado na Flórida, Paul meditava um plano para esquecer tudo aquilo que aconteceu na sua vida.
Como num passe de mágica ou revelação espiritual, Paul Bryan tomou então uma decisão. Estava decidido a perdoar. Perdão que causou espanto em muitos e principalmente na sua vizinha, Senhora Cris Becker que sabia da estória e jamais aconselhou o jovem Paul. "Perdão, ora bolas, quem tinha que pedir perdão era Sam Smith que traiu o amigo e foi morar com a professora também traidora", murmurava a língua afiada da senhora Cris Becker. Paul, contrariando todos aqueles que gostariam de assistir um final trágico para esta estória, deu um exemplo de serenidade ao praticar e enaltecer o nobre sentimento do perdão.
Num domingo ensolarado da cidade de Boston, onde muitas famílias passeiam nas praças, parques e jardins, Paul Bryan chega sorridente com seu inseparável amigo, o cachorro Cherloque. Após tanto tempo vivendo e sofrendo com recordações do passado, Paul Bryan renasce e descobre que quem sabe perdoar é mais feliz e livre, mais ou menos assim como os pássaros dos parques e jardins de Boston que cantam suavemente saudando o renascer da liberdade no coração de Paul Bryan.

Autor:Walter Teófilo Rocha Garrocho(Téo Garrocho)- Texto dedicado a todos aqueles que aprenderam o sentimento do perdão. Sentimento que engrandece todos o seres humanos, seja em Boston nos E.U.A ou no pequeno vilarejo de Pinheiro Grosso onde resido, próximo a Barbacena-MG, no Brasil. Texto escrito em 12/12/2013.

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