Há muitos anos não tive mais contato com Pereirinha. A última vez que "trocamos um dedinho de prosa" foi em meados da década de noventa em Araçuaí no Vale do Jequitinhonha. Estávamos ali na praça da igreja matriz, eu, Pereirinha e meu bom amigo e companheiro Tute, ex. vereador em Araçuaí.
No nosso último encontro, Pereirinha ou Stalin Lenin Pereira não havia mudado muito fisicamente. Continuava com os mesmos cabelos longos de outrora, o mesmo óculos tipo Lennon, a inseparável calça jeans acompanhada da jaqueta e um imenso cordão acompanhado de uma estrela. Achei até que naquele dia o Pereirinha parecia mais uma mistura de capitalismo e socialismo.
As tendências ao socialismo que se fortaleceram na juventude não ofuscavam sua vida na pacata Araçuai. Até mesmo o velho e bondoso padre Jacó tinha em Pereirinha um amigo fraterno, ainda que não concordasse com suas idéias totalitárias e com o nome Stalin Lenin.
Padre Jacó sempre dizia que Pereirinha deveria ter sido batizado com o nome de Oscar em homenagem ao arquiteto que planejou Brasília e planejou outros monumentos pelo Brasil. Padre Jacó dizia: " Aquele Oscar comunista não fede e nem cheira".
Stalin Lenin ou Pereirinha ganhou o nome, segundo comentários, de um Ex. ferroviário e ex. preso político que trabalhava na antiga estrada de ferro Bahia-Minas. Diziam que os pais de Pereirinha eram analfabetos e foram ao cartório acompanhados do Ex. ferroviário que era imbuído de vasta cultura, sugerindo o nome de Stalin Lenin para a criança.
Alheio a tudo, Pereirinha viveu sua infância como toda criança e já na juventude foi estudar no antigo Colégio São José em Teófilo Otoni e que era dirigido por padres. Ali sim, Pereirinha começou a entender o questionamento do antigo padre Jacó a respeito do seu nome. Ali, alguns padres tinham enorme carinho por Pereirinha e "detestavam" ou evitavam falar em Stalin Lenin.
No nosso último encontro, Pereirinha ou Stalin Lenin Pereira não havia mudado muito fisicamente. Continuava com os mesmos cabelos longos de outrora, o mesmo óculos tipo Lennon, a inseparável calça jeans acompanhada da jaqueta e um imenso cordão acompanhado de uma estrela. Achei até que naquele dia o Pereirinha parecia mais uma mistura de capitalismo e socialismo.
As tendências ao socialismo que se fortaleceram na juventude não ofuscavam sua vida na pacata Araçuai. Até mesmo o velho e bondoso padre Jacó tinha em Pereirinha um amigo fraterno, ainda que não concordasse com suas idéias totalitárias e com o nome Stalin Lenin.
Padre Jacó sempre dizia que Pereirinha deveria ter sido batizado com o nome de Oscar em homenagem ao arquiteto que planejou Brasília e planejou outros monumentos pelo Brasil. Padre Jacó dizia: " Aquele Oscar comunista não fede e nem cheira".
Stalin Lenin ou Pereirinha ganhou o nome, segundo comentários, de um Ex. ferroviário e ex. preso político que trabalhava na antiga estrada de ferro Bahia-Minas. Diziam que os pais de Pereirinha eram analfabetos e foram ao cartório acompanhados do Ex. ferroviário que era imbuído de vasta cultura, sugerindo o nome de Stalin Lenin para a criança.
Alheio a tudo, Pereirinha viveu sua infância como toda criança e já na juventude foi estudar no antigo Colégio São José em Teófilo Otoni e que era dirigido por padres. Ali sim, Pereirinha começou a entender o questionamento do antigo padre Jacó a respeito do seu nome. Ali, alguns padres tinham enorme carinho por Pereirinha e "detestavam" ou evitavam falar em Stalin Lenin.
Diziam até que o diretor Frei Conrado havia "baixado" um decreto para que até mesmo na hora da chamada pelos professores, fosse evitado chamar o nome de Stalin Lenin e sim "Sr. Pereirinha".
As contradições levaram Pereirinha ao aprofundamento da doutrina socialista, tornando-se um mestre nos ensinamentos e gerando um desepero total aos padres e á ditadura militar. Nem mesmo as marchas com Deus pela liberdade e as orações com o terço em família levaram Pereirinha a mudar de idéia. Alegria mesmo foi para o ex. ferroviário e ex. preso político, seu padrinho que havia lhe dado o nome.
Assim, Pereirinha após concluir o antigo curso científico áquela época, enganjou-se na luta contra a ditadura militar e o regime de opressão. Aprendeu o ofício de consertar armas de fogo e tornou-se amigo de um antigo ex. capitão do exército que anos mais tarde morreria assassinado no sertão da Bahia.
Mais tarde, Pereirinha foi perseguido, preso, torturado e exilado. Voltou ao Brasil na década de oitenta, indo morar em Araçuaí no Vale do Jequitinhonha, onde veio a falecer. Dizem que no seu enterro havia uma bandeira do Partido Comunista e um imenso cordão com uma velha estrela. Próximo ao velho camarada e amigo morto, Eustáquio Azevedo(Tute), ex. vereador deixava correr pelo rosto uma lágrima de saudade...
Autor: Walter Teófilo Rocha Garrocho(Téo Garrocho). Texto dedicado ao companheiro Tota de Araçuai, Perseguido, preso e torturado pela ditadura militar.