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sábado, 25 de maio de 2013

O TREPADOR DE TEÓFILO OTONI

Final de semana e eu ali no meu quintal embaixo de um pé de pitanga. Maravilhado ouvia o cantar de uma sabiá laranjeira que tinha morada certa por ali. Só quem mora no interior, como eu, sente um enorme prazer nestes momentos que já não existem nas grandes cidades.
Entre uma pitanga e outra, veio-me a lembrança de um velho amigo que havia nascido nas redondezas do distrito de Pedro Versiani, um pequeno povoado pertencente ao município de Teófilo Otoni e que no passado tinha um bom movimento devido o trem da extinta estrada de ferro Bahia Minas passar por ali.
Aos 12 anos, João Silva veio com a família para morar em Teófilo Otoni, exatamente na Vila Verônica, e ali nos tornamos amigos. João chegou com fama de trepador, não de mulheres e sim de árvores. Curioso desde menino, eu observava que João não aguentava ver uma árvore que ele corria para trepar. O que me intrigava era a maneira de subir com uma mão grudada no tronco e a outra mão grudada na sua bunda.
Assim, João Silva passou a ser conhecido por João Trepador e a fama correu pela região. Todo mundo queria conhecê-lo e até mesmo dar-lhe pequenos serviços de poda de árvores. Quase todo dia tinha gente procurando João para trepar, aliás, podar.
Mas, aquela mão na bunda é que me intrigava e não saia da minha cabeça. Afinal, porque ele não trepava com as duas mãos? Era um mistério que nem o senhor Quincas, pai do João, sabia ou fingia não saber. Então, tomei coragem e perguntei a João o motivo que o levava a trepar com uma mão no pau e a outra na bunda. Rapaz, o João ficou bravo e não quis conversa. Insisti, insisti e ele falou que aquele modo de trepar era uma técnica pessoal.
Anos depois, voltei á Vila Verônica e procurei por velhos amigos. Encontrei o Boca de fogo, Perobão, Jegue, Chicorron,  até encontrar o João Trepador que ao me avistar, correu de mim como o diabo da cruz. Segundo os velhos amigos, ele ficou assim depois que descobriram o segredo daquela técnica de colocar a mão na bunda para trepar nas árvores. Segundo as más línguas, é que certa vez ele foi trepar numa árvore e o calção rasgou deixando seu C..., aliás, ânus á vista para desespero do seu pai Quincas que gritava aos berros: " Desce dai João Cú sujo"!


|Autor: Walter Teófilo Roca Garrocho(Téo Garrocho)- Texto dedicado ao meu amigo de infância e juventude, Lourival Alves da Silva, o popular Lorão de Teófilo Otoni. Em 25/05/2013, Barbacena-MG.

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