Na minha juventude tive uma participação muito ativa em organizar times de futebol varzeano na minha terra natal Teófilo Otoni. Desde garoto eu já criava vários times de garotos no meu bairro que era conhecido por Vila Verônica ou Grota da Dona Verônica, por sinal, minha saudosa avó.
Foram muitos times que formei ou de alguma forma ajudei para dar alegria a muito menino pobre que era maioria na região onde nasci e não tinham outra forma de lazer em Teófilo Otoni. Sendo assim, criei o Estrelinha, Cruzeirinho, Desportiva, Democrata, Portuguesa, Crucutu, Portuguesa, Internacional e muitos outros.
Ainda hoje e com mais intensidade, sinto saudade de quando aos domingos, acordávamos bem cedinho para nossos encontros esportivos na Vila Verônica. Penso até que tudo começou quando escrevi a um jornalista de nome Hélio Fraga do jornal Estado de Minas e solicitei a doação de um jogo de camisas do Cruzeiro de Belo Horizonte. E, ganhamos. Assim, junto com Carlos Francisco de Moura (Pio), Marcos Fróes, Lorão de dona Salvina, Valdete, Zé Mário, Lô da Copasa, Vital, Juarez Gil, Fabinho Lelé e muitos outros, fundamos o famoso Cruzeirinho da Vila Verônica que proporcionou muitas alegrias aos moradores daquela região.
Voltando ao título do texto, gostaria de lembrar dos vários campos de futebol varzeano que existiram em Teófilo Otoni. Campos aqueles que fizeram a alegria de muita gente. Penso até que a violência e o distanciamento dos seres humanos em Teófilo Otoni aumentou muito quando foram acabando com aqueles espaços esportivos e não houve por parte dos poderes públicos, alternativas para os jovens. Assim, cresceu o número de drogados, alcoólatras, prostituição, etc.
Para as novas gerações e historiadores, quero começar lembrando do antigo campinho do Zé Ramiro que ficava nos fundos da igrejinha nossa senhora dos pobres e que mais tarde se tornou campo varzeano da igrejinha, onde foram disputados muitos campeonatos sob o comando de vários amigos meus a exemplo de Armando Silvestre, kamel Kumaira, Jorge Guedes, Ildemar carabina, Antonio Conceição Mário cavaquinho e muitos outros abnegados do esporte.
Na Vila Barreiros tinha o famoso campo do aguerrido São Benedito onde foram também disputados muitos campeonatos e recebeu àquela época até mesmo o América de Teófilo Otoni que tinha grandes jogadores a exemplo de Caruê, Toninho Almeida, Lourinho, Arnaldo Pinto Gomes ( o bagana), Gaitan, Baianinho, Alema, Danda, Gonzaga goleiro, Ivan, Aloísio, Cadinho. No São Benedito tinha craques a exemplo de Humberto Barbosa (Lelé), Carabina, Bigodinho, Zé Hilton Barreiros, Chico Radiola, Nicotina, Ló, Mita, Reinaldinho Barreiros, Tonhão e muitos outros. Ali, no campo do São Benedito aos domingos, ficava até difícil achar um lugar para assistir jogos e subíamos para os morros em volta. Era uma festa mesmo e tudo de graça.
Na Turma 37 existia, não sei se ainda existe, um bom campo de futebol todo gramado e muito futebol aos domingos. Levei times e joguei em muitos times naquele campo e onde tínhamos a alegria de andar um pouco á frente para tomar banho no Rio Potonzinho. Ainda ali pelos lados da Vila Barreiros, existia o famoso campo do Carecão com muitos campeonatos. O campo da Vilinha próximo á casa do conhecido sargento Altamiro Leite que foi um bom técnico do São Benedito. Ali pelos lados do Jardim São Paulo teve um campinho organizado pelo senhor Adão Baldaia e hoje onde se situa a Universidade Federal, existiu o campo chamado de estádio Peroba Gazinelli.
No Bairro Marajoara, no final da antiga rua do arrasta couro, existia um campinho de futebol. Penso que é hoje onde se situa o novo fórum de justiça de Teófilo Otoni. Também por ali, próximo ao antigo curral das éguas, teve um campinho de peladas onde brinquei muito com os meus primos filhos do tio Amadeu Onofre, os amigos filhos do senhor Nestor Medina, os filhos do senhor Vavá açougueiro, Castorino, Citana, Waltinho, Olavinho, Jaime Gomes e sus irmãos, os amigos da família Melgaço e muitos outros.
Próximo ao Tiro de Guerra, existiu também um campo onde o Eduardo Pechir organizava muitos jogos e lá pela bandas do bairro Palmeiras existiu próximo ao antigo pontilhão da Bahia-Minas, um campo de peladas onde vi um dos melhores jogadores de futebol atuar que era o Dizinho, além dos jovens da família Farina, da Família do ferroviário Eloy Martins e muitos outros filhos de ferroviários que moravam naquela região próximo á estação de trens.
No morro do Eucalipto, teve o conhecido e badalado campo do Pela Jegue e na entrada da fazenda do senhor Geraldo Porto, também teve um bom campinho de futebol. Dizem até que quando o Deputado Aécio Cunha ficava na fazenda do Geraldo Porto, o seu filho Aécio Neves(Ex. Governador de Minas Gerais) brincava de futebol naquele campo. Ainda no Bairro Manoel Pimenta (antigo Veneta) teve dois campos que fizeram história: O campo da vaquejada na Rua João Lopes da Silva onde tive muito contato com meus saudosos amigos Peticó e Aloísio Lula e li pelas bandas da entrada do Veneta, ficava o conhecido Campo do Alípio na Rua Alípio Rodrigues onde joguei muita pelada com Professor Isaias Lemos, Hilton Lemos, Artur Guedes(Tusa), Leza, Pedro Terra, Eduardo Fagundes (Engenheiro) e seu irmão, Getão e irmãos, Pedro cachaça, Zé Brandão, Pretinho e muitos outros.
No bairro do Castro Pires existiu um campo onde meu amigo Zé Caroço organizava muitos torneios aos domingos com "casa cheia". No final da Bela Vista existiu o campo do D.E.R todo gramado. No Bairro de Fátima, ao lado da igreja, existiu um campo onde foram disputados muitos campeonatos e inclusive joguei ali atuando pelo time do meu amigo Zé Caroço. Também lá no Viriato, próximo ao I.B.C e a uma antiga serraria, tinha um campo de futebol. Na Vila Ramos, bem no alto, existiu um campo onde jogava um bom time varzeano de nome Juventus. Certa vez fomos jogar ali e tivemos que sair correndo da fúria da torcida. Corri tanto que perdi minha chuteira.
Outro campo que não esqueço foi o da Jaqueira onde para jogar, tínhamos que viajar na carroceria de velhos caminhões e numa algazarra que só vendo. Ainda me lembro também que teve o campo do Albergue Frei Dimas, o Marapampulha, campo da Alegria(Subaco Fedendo). Assim, sei que existiram muitos outros que não me lembro no momento. Os que vieram á minha lembrança, posso afirmar com certeza que jamais vou esquecer. Tive o prazer e a alegria de jogar com meus companheiros de infância e juventude em Teófilo Otoni.
Festa mesmo era na Vila Verônica, onde ás 7 horas da manhã, eu e meu amigo Marcio Braga (Maço do rabicho) acordávamos o povo soltando foguetes(rojão) avisando que ia ter futebol. O povo entendia e após a missa dominical na igrejinha nossa senhora dos pobres, o povo descia para assistir nossos jogos de futebol. Era na verdade um tempo sem violência, sem drogas. Um tempo em que a fraternidade existia sem máscaras. " A gente era feliz e não sabia". Ou sabia???
Autor: Walter Teófilo Rocha Garrocho(Téo Garrocho)- Este humilde texto é dedicado a um ícone da cultura na região de Teófilo Otoni e Vales do Mucuri, Jequitinhonha e São mateus. Meu bom amigo Professor e historiador Marcio Achtschin ( Uma simplicidade em pessoa e uma grandeza de alma). Em 12/07/2013, Barbacena-MG.
1 comentários:
Olá, gostaria de falar que gostei muito desse texto e que Eloy Martins foi meu avô!
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