Até os anos 70 do século anterior, havia pouca preocupação com a forma pela qual se intitulavam as pessoas em cada faixa de idade. Nascia-se criança, passava-se pela adolescência e juventude, considerava-se sério quem chegava aos 30 e em determinada fase aparecia a meia idade. Pejorativa era a denominação de "coroa" (para os dois sexos), até que, após os 50 anos, estava carimbado: é um ancião.
É claro que muitos fatores sinalizavam a presença da velhice. Como desagradavam, por exemplo, ás mulheres, as rugas, as manchas na pele, a mudança da cor do cabelo da cor natural para um branco não muito conveniente. Outras dificuldades não tinham preferência de sexo: podia ser a osteoporose, a diminuição da capacidade visual e/ ou auditiva para alguns, a perda de habilidades, a lentidão, o raciocínio, a memória menos ativa, o mal de Alzhmeir ou a famigerada incontinência urinária.
Por orientação médica, passou-se a ter a devida cautela a partir de uma determinada idade. Não foi muito fácil. Tanto os homens quanto as mulheres mostravam-se arredios á necessidade de comparecer a uma consulta médica, mesmo sabendo que essa seria a melhor forma de se acautelar contra alguns tipos de doença que, atuantes após uma determinada faixa de idade, podem ser neutralizadas quando detectadas em tempo hábil.
É possível que tenha demorado algum tempo, mas hoje a história pode ser contada, felizmente, de outra forma. Ao chegar aso 40 anos, todos estão se preocupando com as visitas aos consultórios e clínicas médicas. A resposta foi imediata: a longevidade foi alcançada e os antes "velhos" modificaram alguns vocábulos dos nosso dicionário: tanto poderia ser a "maior idade", quanto a "sobriedade" e, ao ultrapassar os 60, veio a "melhor idade".
E uma série de benesses passou a fazer parte do cotidiano daqueles que, depois de terem dado sua contribuição efetiva para a formação de sua família e transmitido lições de cidadania para aqueles que lhes foram próximos, não necessitam suportar longas filas para atendimento em situações diversas, tem direito a passe livre em coletivos, pagam apenas meia entrada em cinemas e outras casas de espetáculos, a preferência é deles para os leitos hospitalares, além de contar com a boa vontade dos órgãos públicos e entidades assistenciais, preocupadas em incentivar atividades que possam tornar mais felizes aqueles que chegam á "melhor idade".
Estou quase na ultrapassagem dos 60- o meu velocímetro já encosta nos 70-, com a ventura de ter a alegria de ser pai de três filhos(dois homens e uma mulher) maravilhosos e avô de sete lindos netinhos. Viver é muito bom! Agradeço a Deus, á minha esposa Geralda, a meus familiares e a meus amigos, conquistados nas diversas áreas em que atuei profissionalmente, pela efetiva contribuição que me foi concedida para a insofismável prova de que a terceira idade realmente é a melhor.
Autor: Arnaldo Pinto Júnior, Jornalista e professor de Matemática- Texto da Revista Literária Café-com-Letras da Academia de Letras de Teófilo Otoni, páginas 58 e 59, número 8- Outubro de 2010. Em tempo: "com licença do meu bom bom e justo amigo professor Arnaldo Pinto Júnior, dedico o seu maravilhoso texto a todos os pais e avós no seu dia". Em 10/08/2013, Barbacena-MG.
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