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sexta-feira, 9 de agosto de 2013

TIO CHICO EM TEÓFILO OTONI

Residia na Vila Jacaré nesta cidade nos idos da década de 50, um senhor com cerca de 90 anos de idade chamado por todos de "Tio Chico".
Quando mais moço teria trabalhado de carteiro levando correspondências a algumas localidades da região, em malotes de couro cru, na maioria das vezes nos próprios ombros e mais léguas a pé.
Quando o conheci, ele morava em companhia de Dona "Maria de Salvador", uma afrodescendente que herdou o apelido nominal do marido português do seu primeiro matrimônio. Ela era poucos anos mais jovem que ele e ambos moravam em uma casinha simples como muitos.
Andava escorado em sua bengala que usava para espantar cães raivosos e defender-se de meninos maldosos. Porém, a garotada mais comportada era premiada com balas, doces e pirulitos. Era uma festa quando aquele senhor aparecia na comunidade. A meninada ficava eufórica e logo gritavam: "Lá vem Ti Chico...lá vem Ti Chico!..."
Era característica daquele idoso uma indumentária em desuso: terno escuro, calça e sapatos também muito gastos pelos anos de uso. Era um senhor que a todos cativava com seus conselhos e experiências de vida. Gostava de sair andando pela vila. Parecia que só Deus e o passar dos anos é que pudessem trazer obstáculos aos seus passos.
Um senhor muito brincalhão, batendo delicadamente com sua bengala na cabeça das pessoas. Dona Maria, sua esposa, trabalhou na Fazenda do capitão Leonardo.
Fontes confiáveis afirmam que o senhor Francisco Morais, o nosso "Tio Chico" teria nascido em 20 de janeiro de 1860 e falecido em 1975, aos 115 anos de idade.


Autor: Leuson Francisco da Cunha,  amigo e Membro titular da Academia de Letras de Teófilo Otoni. Texto da Revista Literária Café-com-Letras da Academia de Letras de Teófilo Otoni. Outubro de 2010, página 31. Em tempo: peço licença ao nobre, bom e justo amigo Leuson, para dedicar este seu texto maravilhoso a todos os avôs de Teófilo Otoni e do mundo. Em 09/08/2013.

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