Meu amigo João Miguel, mais conhecido por Miguelzinho, telefonou para mim na quarta feira da semana passada. Segundo ele, escolheu a quarta por ser o dia em que ele e sua mente funciona com mais serenidade. Miguelzinho confessa também que ultimamente tem usado muito a "mardita" cachaça, pinga, tequila ou manguaça como queiram. Confessa também que aos sábados e domingos, ele bebe todas como se estivesse comendo com farinha. Miguelzinho, aos prantos, confessa que tem feito uma misturada de tudo. Diz que começa com uma tal guia de cachaça que "é para o santo", depois uma lourinha suada e lá vem conhaque, mais conhaque, uma cachaça com raiz que pode ser junça ou carqueja e lá pelas tantas da madrugada, segundo ele, desce tudo: Jurubeba, Suco de cana e até mesmo o conhecido Paratudo.
A crucial via sacra de Miguelzinho só acaba na segunda feira e olha lá. Segundo ele, que já assumiu ser alcoólatra, na segunda feira toma mais umas tequilas para rebater as do sábado e domingo: " Se não rebater, as mãos e o corpo ficam tremendo". Com o telefone ao ouvido e em silêncio fiquei ali ouvindo o desabafo do meu amigo Miguel. Para ser sincero, fico preocupado e triste com o atual ritmo de vida que meu velho amigo vem levando. Há 20 anos atrás, Miguelzinho era um fiel sacristão na paróquia do nosso bairro. Naquela época, Miguelzinho não bebia, não fumava e nem cheirava um rapé tão forte que ele chama de "marvado".
Dentro das minha limitações, estou tentando entrar em contato com alguns amigos que residem ali pelas bandas do nordeste mineiro no intuito de ajudar Miguelzinho retornar ao caminho do bem e da serenidade. Assim, penso que ele poderá retornar ao seu antigo ofício de sacristão contratado pelo bondoso padre Zoel que tem uma grande afinidade com os mais pobres da região. Penso também fazer um apelo ao meu velho conhecido Zejúlio que nas últimas décadas tem sido um tri campeão para prefeito da cidade. Meu amigo Dedeu, que faz ponto perto de uma banca de jornais, diz que Zejúlio tem feito uma excelente administração. Segundo Dedeu, o prefeito Zejúlio em poucos meses da tri administração, inaugurou com grandes festejos o famoso restaurante popular do sopão para os menos favorecidos ou pobres no sentido da palavra. Deu tão certo que o restaurante do sopão popular fica dentro do mercado municipal.
Confesso que há muito tempo não tenho contato com Zejúlio. Lembro muito de Dona Santinha e seo Juca, genitores do mesmo. Segundo meu amigo Dedeu," Zejúlio tá beirando os setenta anos, mas, continua bunitão e vaidoso". Tal afirmação me faz lembrar da década de 70 e de um amigo que quando avistava Zejúlio cantando nas serestas da cidade, Dizia: "Ai gente, machuca coração!!!". Sei que, machucando ou não, vou tentar introduzir Miguelzinho na lista de Zejúlio. É bem provável que será mais um para pegar no cabo de Zejúilo, aliás, no cabo da vassoura em faxinas pela cidade. Uma boquinha a mais não vai pesar tanto no orçamento. Afinal, Miguelzinho tem competência e não é parente.Vou também pedir uma boquinha para Miguelzinho no restaurante do sopão popular. Afinal, Zejúlio sempre adorou os pobres!
Autor:Walter Teófilo Rocha Garrocho( Téo Garrocho) - Texto dedicado ao nosso bom amigo e jornalista José Cangussú. Um ícone da cultura em Teófilo Otoni e Vales do Mucuri, Jequitinhonha e São Mateus- Texto escrito em Barbacena-MG aos 27/01/2014.
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